Tuesday, 20 May 2008

Dias muito estranhos.

Cada tempo tem seus homens, seus símbolos, seus heróis. O norte-americano Edward Kennedy, Senador Democrata pelo Estado de Massachusets é um deles. Ted é o último irmão vivo do ex-Presidente John Fitzgerald Kennedy, assassinado em 22 de novembro de 1963. Outro de seus irmãos, o Senador Robert Kennedy, foi assassinado em 5 de junho de 1968, quando fazia campanha para a eleição presidencial.

Eleito pela primeira vez em 1962, Ted Kennedy ostenta o segundo lugar em permanência na Câmara Alta, com 45 anos no exercício desse cargo, após Robert Byrd, pela Virgínia Ocidental. O Senador tem forte influência no Partido Democrata e no Congresso, é um crítico feroz do presidente George W. Bush e apóia o pré-candidato Barack Obama.

Eu não gostaria de falar sobre isso, mas fazer o que? Foi revelado hoje que ele tem um tumor maligno no cérebro. Um choque para os que, como eu, acompanharam a trajetória dessa família, sempre permeada pela tragédia e a dor.

Em dias em que perdemos o Papa João Paulo II e Luciano Pavarotti, Paulo Autran e Zélia Gattai, a perspectiva de perdermos Ted Kennedy é mais uma lacuna que se abre no imenso abismo deste início de século, onde o que tem valor está se perdendo, ante o massacre violento da mediocridade e da mesmice. São dias muito estranhos. O mundo está precisando ser repensado. Nossa maior crise não é outra senão uma profunda crise de valores.