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Eleito pela primeira vez em 1962, Ted Kennedy ostenta o segundo lugar em permanência na Câmara Alta, com 45 anos no exercício desse cargo, após Robert Byrd, pela Virgínia Ocidental. O Senador tem forte influência no Partido Democrata e no Congresso, é um crítico feroz do presidente George W. Bush e apóia o pré-candidato Barack Obama.
Eu não gostaria de falar sobre isso, mas fazer o que? Foi revelado hoje que ele tem um tumor maligno no cérebro. Um choque para os que, como eu, acompanharam a trajetória dessa família, sempre permeada pela tragédia e a dor.
Em dias em que perdemos o Papa João Paulo II e Luciano Pavarotti, Paulo Autran e Zélia Gattai, a perspectiva de perdermos Ted Kennedy é mais uma lacuna que se abre no imenso abismo deste início de século, onde o que tem valor está se perdendo, ante o massacre violento da mediocridade e da mesmice. São dias muito estranhos. O mundo está precisando ser repensado. Nossa maior crise não é outra senão uma profunda crise de valores.