Wednesday 31 October 2007

Boeing Business Jet. No ar, com classe.

Tem gente que tem jatinhos. Tem outras pessoas que tem jatos. Mas tem uma categoria que possui um Boeing Business Jet. Um avião do tamanho da arte do bem viver.

Trata-se de uma classe de aeronaves que tem quatro versões, de tamanhos e finalidades diferentes. A mais “modesta” chama-se BBJ, mede 33,60m de comprimento, com uma envergadura de 35,80m podendo fazer viagens intercontinentais com facilidade, disponibilizando uma série de plantas para o interior do avião. Podem ser previstas salas de reuniões, mesas de trabalho e até uma suíte, se assim o proprietário dessa beleza desejar.

Há ainda as versões 787 VIP, com 56,70m de comprimento e 60,10m de envergadura. Num terceiro modelo – 777 VIP - o comprimento é de 66,73m com envergadura de 64,80m. O top de linha é o 747 VIP, que tem comprimento de 76,40m e envergadura de uma ponta a outra da asa de 68,50m. Esse último pode dispor de sala de jantar para doze lugares, sala de conferências, suíte de casal e até um lounge para os passageiros. A Boeing Business Jets anunciou que recebeu sete novas encomendas, totalizando 135 vendas de jatos particulares neste ano. As novas encomendas estão avaliadas em US$ 478,5 milhões.

Tudo isso sem filas, sem check-ins, sem overbooks, sem esperas, sem caos aéreo. E ainda tem gente que acha que viaja de primeira classe.

Cashemere. Vale quanto custa.

Encerrando a trilogia das mantas e xales quero dar uma passada pelo não menos nobre Cashmere. Este tecido quando é bom, vale exatamente cada dólar pago por ele.

Cashmere é a lã da cabra kashmir, de pêlo longo, encontrada na região da Cashemira – Paquistão, Norte da índia e China – e no interior da Mongólia. Acontece ainda no Irã, Iraque, Afeganistão e Turquia. Cashmere da Mongólia é o melhor do mundo, disparado. O do Irã, o pior que se pode imaginar. É considerado um lixo pelas griffes sérias.

Cashmere é colhido à mão apenas uma vez por ano. Cada bichinho produz de 3 a 8 onças de lã somente. Machos, 4 onças. Fêmeas, 2. E é só. São necessários de quatro a seis animais para se fazer um suéter. Mas vamos saber mais para você não se deixar enganar.

São três os fatores que determinam a qualidade – e por conseqüência, o preço – de uma peça de cashmere. A proveniência da fibra (se da Mongólia ou do Irã), o ply (quantidade de fios na fibra) quando os de quatro ply são mais grossos, quentes e caros e os de dois ply que são menos espessos. O ply pode ir de um a dezesseis, em paletós e mantôs de tirar o fôlego. O terceiro e último fator é de que parte do corpo do animal foi retirada a lã. O menos desejado é o das costas, que fica, naturalmente, mais exposto aos elementos. O segundo menos cotado é da lateral, utilizado em misturas e naqueles suéters “da casa” de lojas como Sak’s e Bloomingdales. O mais nobre é o da barriga, usado nos suéters da Ballantyne, Malo ou N.Peal. Os pêlos do peito e do queixo são ainda mais macios e raros, mas utilizados tão somente para confecção de peças ultra-exclusivas e caríssimas.

Eu avisei que ia falar de luxo, não avisei?

Pashimina da Pashimina. A fibra dos reis.

Vamos continuar nas texturas que apaixonam tatos. Falemos agora um pouco da Pashimina.

A Pashimina, podemos dizer, que é um shah-tush legal e ecologicamente correto, tendo como diferença básica a geografia dos bichos. Shah-tush vive nas montanhas do Tibet e Pashimina vive na Pashimina. No mercado, shah-tush e pashimina são comercializados como uma variedade, mais fina e cara, do cashmere. Nessas regiões altas do Himalaia a pashimina é conhecida como a fibra dos reis, usada por antigos imperadores mongóis e posteriormente – por volta do XVIII Século – descoberta pela aristocracia européia, permanecendo até hoje como arte feita à mão e com o valor de uma jóia.

A lã é retirada da barriga dos animais com um pente especial. Os xales e mantas são tecidos à mão, um a um, muitas vezes entremeados com seda pura. Vestir-se com um Pashimina é estar coberto com um tecido inigualável, único, excepcional.

Um luxo!


Esse blog também tem o propósito de falar das coisas boas da vida. Daquelas mais simples, até simplórias, mas que jamais perdem o glamour e também daquelas que por si só já são diferentes das usuais e fogem da mesmice cotidiana, tão tediosa e estéril.

E se o assunto é luxo, vamos a ele.

Esqueça os clichês das bolsas Prada ou dos Gucci estileto. O acessório que hoje fascina aos que podem-tudo-e-sabem-onde-encontrar são as maravilhosas mantas de shah-tush. Cada uma custa aproximadamente US$ 4 mil. É ilegal, mas as mulheres querem de todas as cores. É um regalo de fino trato. Sua espessura é de tal forma delicada que uma manta de 1m x 2m passa inteira por uma aliança de casamento. A foto pode falar por mim.

O shah-tush é “apenas” onze vezes mais quente que a lã comum que conhecemos. É absolutamente ilegal – protegido por rigorosas leis ambientais - e conseguir um desses mimos é missão quase impossível, a não ser no contrabando. Sua lã é retirada à mão dos arbustos onde ficam os fios desprendidos das cabrinhas do Himalaia em seu sobe e desce nas montanhas.

Então você já sabe. Quando lhe falarem de luxo a palavra é: shah-tush. O resto é uma lãzinha qualquer.

Tuesday 30 October 2007

2014. A Copa será aqui.

Decidido. Em 2014 o Brasil sediará a Copa do Mundo. Esperamos que o Ceará seja uma das sedes dos jogos. Bom para a economia, bom para a autoestima de nossa gente, esse povo generoso e feliz.

Hoje na história: Médici toma posse.

Em 30 de Outubro de 1969 tomava posse na presidência da república, o General Emílio Garrastazu Médici que notabilizou-se pelo endurecimento do regime militar nos chamados "anos de chumbo da ditadura", com violentíssima repressão a oposição ao seu governo. Prisões, torturas e grupos de extermínio foram banalizados em sua gestão, o que lhe garantiu o apelido de "Carrasco Azul" inspirado em seu nome. Declarou-se contrário a anistia política promovida anos depois pelo presidente João Figueiredo. Morreu em 9 de Outubro de 1985. A foto mostra o momento de seu discurso de posse.

Dar Al Amra.

Ainda sobre o majestoso Palácio de Alhambra. Há versões sobre o nome, correntes diferentes de historiadores que tem versões variadas. Segundo outros autores, o adjetivo relembra o clarão avermelhado das tochas que iluminaram os trabalhos de construção que se prolongavam ininterruptamente, noite adentro, durante anos; outros associam o nome ao fundador, Mahomed Ibn-al-Ahmar. Outros ainda derivam-no da palavra árabe Dar Al Amra, Casa do Senhor. O palácio foi construído principalmente entre 1248 e 1354, nos reinados de Ibn-al Ahmar e seus sucessores. Os nomes dos principais artistas e arquitetos são desconhecidos ou de conhecimento impreciso.

Anos depois o palácio após sucessivas tentativas de desfigurar sua feição islâmica, teve determinada sua dinamitação por Napoleão Bonaparte. A idéia foi frustrada por um soldado, que desarmou alguns explosivos, salvando parte de Alhambra para posteridade.

Em 1821 o palácio sofre a ação de um terremoto. O restauro começou em 1828, no reinado de Fernando VII e sob a responsabilidade do arquiteto José Contreras. Depois da morte de Contreras em 1847, os trabalhos foram continuados pelo seu filho Rafael, com grande sucesso, que morreu em 1890 e depois por seu neto, Mariano. Essa é apenas parte da história desse maravilhoso edifício.

Alhambra.

Loreena McKennitt dispensa comentários. A cantora, multi-instrumentista e compositora canadense a cada trabalho se consolida como um dos grandes nomes da música new age em nossos dias. Nights From The Alhambra é mais uma dessas pérolas da artista.

Tocando e cantando sucessos já consagrados, Loreena McKennitt nos leva a uma viagem pelo maravilhoso Palácio de Alhambra, que fica encravado em um planalto a sudeste de Granada, na Espanha. O nome Alhambra significa A Vermelha em árabe (Al Hambra) e deriva possivelmente da tonalidade dos tijolos de tapia, secos ao sol e feitos de argila e gravilha de que são feitas as muralhas exteriores.

A república vencedora.

Um dos vitrais do Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco, mostra a vitória da República em 1889, aí representada por esta mulher no centro, que carrega a bandeira de Pernambuco. Do seu lado, de verde, outra mulher segura as armas do Brasil e é conduzida pela que carrega o pavilhão nacional. Uma quarta, sentada, observa os brasões dos cinco estados que participaram da Confederação do Equador. História em vidro e cor.

Monday 29 October 2007

O campo.

Claro, não podia faltar o campo, o bosque onde passeavam Isabel e Leopoldina, filhas de Sua Majestade, Imperador do Brasil, Dom Pedro II. Ao fundo vê-se o Capibaribe margeando o palácio. É de encher os olhos.

Poderia estar em Paris.

Esta estátua poderia estar em um jardim de Paris. Mas está postada ao lado do Teatro de Santa Isabel, em Recife. É linda, flúida, impávida. Uma beleza de ver e sentir. Compõe muito bem o cenário com esses admiráveis flamboyants.

Por dever de justiça.

O Palácio da Justiça, que também está encravado no complexo arquitetônico da Praça da República em Recife, é deslumbrante. Construído inteiramente em estilo renascentista tem uma cúpula de 45 metros de altura, a mais alta do País, ornamentada com vitrais de Heinrich Moser e pinturas de Murilo la Greca. Começou a ser edificado em 1924 dentro das comemorações do centenário da Confederação do Equador, sendo concluído em 1930. Devo dizer, por dever de justiça, que é um dos prédios mais belos do conjunto. Essa foto é de Assis Lima. As demais são do meu amigo Bosco Júnior que mora naquela cidade.

Primeiro ato.

Quando se chega a Praça da República, em Recife, antigo Campo da Honra – onde foram executados na sufocação da Revolução de 1817, Antônio Henrique Rabelo, padre Antônio Pereira de Albuquerque, Amaro Coutinho, Domingos Teotônio Jorge, José de Barros Lima (o Leão Coroado), José Peregrino Xavier de Carvalho, e o Vigário Tenório - vê-se imponente, o prédio neoclássico do Teatro de Santa Isabel.

Foi construído por determinação do Governador Francisco do Rego Barros, Conde da Boa Vista, que escolheu o francês Louis Léger Vauthier, o engenheiro responsável pela execução do projeto do novo teatro, que chegou ao Recife, em setembro de 1840. O primeiro projeto elaborado por Vauthier, cujo orçamento era de 400 contos, foi rejeitado devido ao seu alto custo. O projeto definitivo, estimado em 240 contos, foi aprovado em fevereiro de 1841, sendo as obras iniciadas no mês de abril. O local escolhido foi o então chamado Campo do Erário, onde só havia areia. Atualmente é a Praça da República.

Durante todo o período de construção era chamado de Teatro de Pernambuco. Só pouco antes da sua inauguração, em 18 de maio de 1850 o seu nome foi mudado para Teatro de Santa Isabel, em homenagem à Princesa Isabel, filha do Imperador Dom Pedro II.

Uma marca histórica.

Este é um dos portões do Palácio do Campo das Princesas. Note o detalhe da logo que encima o gradil. É simplesmente lindo e tornou-se a marca desse edifício.



Ela sabe tudo.

Para começar do começo. Essa é a Laís, que me recebeu no Palácio do Campo das Princesas e me deu esses detalhes todos que estou passando para vocês sobre aquele monumento histórico do Pernambuco. Laís faz o curso de letras, mas sabe tudo sobre esse palácio, na ponta da língua, além de ser uma simpatia, com esse sorriso largo que vocês podem constatar. Atentem para o detalhe da blusa pólo com a logo do palácio.

Um palácio. Duas princesas.

Nessa minha visita a Recife estava com muita vontade de conhecer o Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo do Estado de Pernambuco. Sua arquitetura me fascinava toda vez que me via defronte aquele maravilhoso edifício que foi construído em estilo neoclássico no ano de 1841, na gestão Francisco do Rego Barros. Passou por uma reforma em 1859 para receber o Imperador Dom Pedro II, a Imperatriz Dona Tereza Christina e suas filhas – Isabel e Leopoldina - que brincavam no bosque que há nos fundos do palácio e à margem do Rio Capibaribe, tendo recebido daí o nome de Palácio do Campo das Princesas. Outra reforma ocorrida em 1922 lhe deu essa feição atual acomodando-o em estilo eclético, mercê da edificação do terceiro andar que não acompanhou o da construção original.

O que posso afirmar diante do que vi, é que esse palácio não deixa nada a desejar de outros similares espalhados pelo mundo. As pinhas portuguesas, escadarias, vitrais, furniture, acervo que reúne esculturas, pinturas, arte popular, piso em ladrilhos hidráulicos portugueses, salões em parquet perfeitamente conservados, elevadores de 1922 em pleno funcionamento, fazem deste conjunto arquitetônico uma das obras mais belas que já tive a oportunidade de conhecer. Fui lá e irei outras vezes, pois quero criar maior afinidade com aquele espaço lindo que agora está aberto a visitação pública graças a generosidade do Governador Eduardo Campos e sua Primeira Dama, Dona Renata.

Sunday 28 October 2007

Hoje na história: Harvard University.

Em 1636 era fundada a Universidade de Harvard, a mais antiga instituição de ensino superior dos Estados Unidos da América. Recebeu o nome de seu primeiro doador, John Harvard of Charlestown, um pastor que deixou de herança a sua biblioteca e metade de todo o seu patrimônio para a escola. Sete presidentes americanos estudaram ali. Entre eles John Adams, John Fitzgerald Kennedy e George W.Bush. Além disso merece menção que 40 ganhadores do Prêmio Nobel também se formaram em Harvard.

Salve o Tricolor Paulista!


Dos grandes prazeres da vida, torcer pelo São Paulo é um dos que me deixa mais feliz. Hoje, aqui no Recife, mais uma alegria. Vencemos o Sport Recife, na Ilha do Retiro por 2 x 1. Gols de Rogério Ceni de falta e Aluísio. Poderia ter sido de três se nosso goleiro não tivesse perdido um pênalti. Mas está de bom tamanho. O São Paulo pode se sagrar penta-campeão brasileiro nessa próxima quarta-feira, jogando contra o América (RN) dentro do Murumbi.

Saturday 27 October 2007

Tecnologia tupiniquim.

Acreditem! Não estou conseguindo postar mais notas porque a conexão do hotel em que estou hospedado não é das melhores. Aliás, é péssima... Não consigo fazer downloads, enfim... Sorry!...Mas estou fazendo umas fotos ótimas de Recife e Olinda e amanhã vou tentar postá-las.

Thursday 25 October 2007

Hoje na história: Georges Bizet.


Nascia em 25 de Outubro de 1838, Alexander César Leopoldo, - nome verdadeiro do compositor francês Georges Bizet - para nos presentear com a leveza e inventividade de suas melodias. Teve uma história curiosa, morrendo prematuramente em 1875 após o desastre de sua ópera Carmem que seria, irônicamente, mais tarde, sua obra mais festejada. Carmem é delirante, sensual e carrega em suas nuances um exotismo muito original.

Voltei, Recife...

Voltei, Recife, foi a saudade que me trouxe pelo braço... No ritmo dessa canção, um frevo muito antigo, cheguei aqui numa tarde de sol bem nordestina. Encontrei uma cidade movimentada, metropolitana, trânsito esquisito...Reunião amanhã de manhã. Amanhã de tarde outra. Sábado pela manhã mais uma. É assim. Vamos em frente porque essa é a vida de um consultor.

Recife, aqui vou eu!

É já que estou chegando...Vou a Recife trabalhar! Mas sempre sobra tempo para um olhar admirado a esta cidade bonita, de uma arquitetura peculiar, e que ainda guarda em seu casario marcas de um tempo de prosperidade e opulência.

Wednesday 24 October 2007

Hoje na história: Washington Luis.

A Revolução de 1930 assinala o fim da Primeira República. Suas causas se associam tanto a aspectos estruturais do primeiro período republicano, tais como o predomínio oligárquico, a hegemonia do setor agrário- exportador e a exclusão política dos novos atores sociais urbanos, quanto a aspectos conjunturais, exemplificados pela aglutinação de forças oposicionistas em torno da Aliança Liberal.

Também conhecida como Revolução de Outubro, o movimento que eclodiu no dia 3 de Outubro de 1930 resultou da articulação dos Estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba, após constatada a derrota de Getúlio Vargas, candidato da Aliança Liberal, para o paulista Júlio Prestes, candidato oficialista, indicado por Washington Luís à sua sucessão na presidência da República. Da Revolução participaram diversos grupos de descontentes, desde as oligarquias menos prestigiadas pela política do "café-com-leite" até segmentos da jovem oficialidade do Exército, inclusive algumas lideranças das revoltas tenentistas da década anterior, animados pelos ideais do liberalismo político. Após alguns poucos combates em diferentes estados do país, o Presidente Washington Luiz foi deposto por uma junta militar, em 24 de Outubro 1930. Esta foto mostra justamente o momento em que o Presidente, apeado do poder, deixa o Palácio do Catete rumo ao exílio.

A Pérola da Polinésia.

Por este rótulo é conhecida Bora Bora, na Polinésia Francesa, onde esteve recentemente meu amigo de longas datas Freitas Júnior. Ele, um globetrotter de carteirinha, ficou hospedado no fenomenal Saint Regis, o que há de melhor por aquelas praias e ilhas de mar intensamente translúcido, que mistura em sua paleta de cores lápis lazuli, turquesa, esmeralda, jade, cobalto e safira. Foi conhecer aquele pedaço do paraíso, onde Deus foi generoso com a paisagem e o povo simpático e acolhedor que colocou ali. Um lugar para poucos que conhecem realmente o que é bom e podem desfrutar tudo o que essa vida pode oferecer.

Disney, jamais!

De acordo com o testamento de J.R.R. Tolkien, autor da série “O Senhor dos Anéis”, seus livros nunca poderiam ser adaptados para o cinema pela Disney. A Miramax chegou a manifestar interesse nesta adaptação, mas teve que desistir do projeto justamente por causa desta exigência, já que a Miramax pertence a Disney.

Até hoje não há informações precisas do motivo desse veto.

Seria Bakunin um profeta?

"Assim, sob qualquer ângulo que se esteja situado para considerar esta questão, chega-se ao mesmo resultado execrável: o governo da imensa maioria das massas populares se faz por uma minoria privilegiada. Essa minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operários e por-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo. Quem duvida disso não conhece a natureza humana".

Alexander Bakunin (Mikhail Aleksandrovitch Bakunin-1814-1876) – Anarquista russo

Que vença o melhor?

Polêmicas à parte, sobre os erros de equipes e pilotos, sobre ultrapassagens marotas e armações nos boxes, a verdade é que esse campeonato teve em Lewis Hamilton a grande novidade e a certeza de que os dias emocionantes da Fórmula 1 podem voltar. Se ele não ganhou o campeonato aí já é outra conversa! Afinal, não vencemos a Copa de 1982 mas não há quem se arrisque a dizer que não éramos os melhores da competição.

O carimbo de Jezebel.


Parece que está chegando ao fim um mistério que durava mais de quarenta anos. Marjo Korpel, pesquisadora da Universidade de Utrech, confirma que um sinete - carimbo pessoal - obtido por um colecionador israelense na década de 60, realmente pertencia a rainha Jezebel, que tinha, segundo a Bíblia, um comportamento, digamos, pouco ortodoxo, sendo classificada como viperina, sem escrúpulos e devassa.

Jezebel governou Israel, ao norte, numa época em que havia uma divisão em dois estados, ficando ao sul Judá, que deu origem ao povo judeu. Ela é descrita no Primeiro Livro dos Reis como corrupta e perversa obrigando ainda seus súditos a adorarem deuses pagãos. (Com informações do G1)

Tuesday 23 October 2007

Hoje na história: Jacques Klein.

Ainda em outro post falava nesse pianista, natural de Aracati, onde nasceu em 10 de julho de 1930. Jacques Klein foi um virtuoso na arte pianística e seu nome é uma referência no cenário erudito mundial. Ainda no Ceará, foi aluno da Dona Julieta Araripe, no Conservatório Alberto Nepomuceno, fundado por seu pai. Muito nos orgulha esse cearense de quem temos imensa saudade. Ele partiu em 1982, vinte cinco anos atrás, com apenas 52 anos de idade.

Nas asas de uma paixão.

Essa é para meu amigo Guto Freitas, advogado por profissão, aviador por absoluta paixão. Aliás, ele, como poucos, sabe o verdadeiro significado da palavra voar. Guto, um especialista na arte do bem viver tem um interessante endereço - www.gutofreitas.com.br - em que fala de suas experiências pelo mundo da gastronomia e das melhores coisas dessa vida. Meu irmão, aquele abraço e um pouco desse aviador-poeta pra gente viajar em verso.

"Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui outra. Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só nem nos deixa sós. Leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo. Há os que levam muito, mas não há os que não levam nada. Há os que deixam muito, mas não há os que não deixam nada. Essa é a maior responsabilidade de nossa vida, e a prova de que duas almas não se encontram ao acaso."

Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944)

Uma certa casa na praia.

Esta é uma foto da Praia de Iracema em 1958. Ela tem um motivo bem especial para estar aí. Do ângulo em que foi feita, pode se ver o Iracema Plaza Hotel, um marco glamuroso da época, hoje lamentávelmente abandonado, como tantos outros prédios importantes de Fortaleza e que fazem parte do que resta da memória de nossa cidade. Pouco antes dessa casa que se vê à esquerda da foto, morava meu avô, Joaquim Felício de Lima e minha avó Maria Normando Lima, que promovia horas de arte, sempre as cinco da tarde, ao som de um belo piano e canto lírico da melhor qualidade. Por aqueles salões passaram nomes como o pianista Jacques Klein e o Presidente Castello Branco, amigos da família. Nasci nesse ambiente musical e isso foi muito marcante em minha trajetória. Sempre que passo defronte aquela casa, me lembro da descrição de minha mãe dos tempos maravilhosos que ali viveu. Hoje funciona um pequeno hotel chamado Ondas Verdes. Mas para mim será sempre e sempre a casa dos meus avós.

Isso é o que importa.



Sempre me incomodou a hipocrisia. Esse falso moralismo cheio de julgamentos levianos, rótulos aplicados de forma cega sem conhecer a história de cada um. Isso é patente numa sociedade carente de valores, pobre de espírito e sem princípios como a que vivemos. Esta semana recebi de uma amiga querida, a humorista Valéria Vitoriano, a Rossicléa, essa carta de Madame Danièlle Mitterrand, que é um poderoso instrumento de reflexão. Ela a escreveu para o povo francês, após ter recebido críticas impiedosas por permitir a presença nos funerais de seu marido - o ex-Presidente François Mitterrand - da amante dele e sua filha Mazarine. Passo a transcrevê-la para que todos possam conhecer o pensamento dessa grande mulher.

“Antes de mais nada devo deixar claro que não é um pedido de desculpas. Muito menos um enunciado de justificativas vãs, comum aos covardes ou àqueles que vivem preocupados em excesso com a opinião dos outros.
Aos 71 anos, vivendo a hora do balanço de uma existência que é um sulco bem traçado e profundo, já não mais preciso, e nem devo, correr atrás de possíveis enganos.

Vivo o momento em que as sombras já esclarecem e que as ausências são lindas expressões de perenidade e criação. Sombras e ausências podem ser tudo, ao passo que luzes e presenças confundem os mais precipitados, os mais jovens.

Vivi com François 51 anos; estive com ele em muito desse tempo e me coloquei sempre. Há mulheres que não se colocam, embora estejam; que não se situam embora componham o cenário da situação presumível. Uma vida de altos e baixos.

Na época da Resistência nunca sabíamos onde iríamos passar a noite - se na cama, na prisão, nos bosques ou estendidos por toda a eternidade. Quando se vive assim em comum, cria-se uma solda e a consciência de que é preciso viver depressa. Concentrar talvez seja a palavra. Por isso tentei entendê-lo, relacionar-me com sua complexidade, com as variações de sua pessoa e não de seu caráter...

Quem entende ou, pelo menos luta para compreender as variações do outro, o ama realmente. E nunca poderá dizer que foi enganada ou que jamais enganou. Não nos enganamos, nos confundimos quando nos perdemos da identidade vital do parceiro, familiar ou irmão. Ou jamais os conhecemos, o eu também, não é um engano. Quem não conhece, não tem enganos. Nas variações do outro, não cabe o apaziguador que destrói tudo antes do tempo em forma de tranqüilidade. Uma relação a dois não deve ser apaziguada, mas vibrante, apaixonada, e não, enfastiada.

Nessa complexidade vi que meu marido era tão meu amante quanto da política. Vi, também, que como um homem sensível poderia se enamorar, se encantar com outras pessoas, sem deixar de me amar. Achar que somos feitos para um único e fiel amor é hipocrisia, conformismo. É preciso admitir docemente que um ser humano é capaz de amar apaixonadamente alguém e depois, com o passar dos anos, amar de forma diferente. Não somos o centro amorável do mundo do outro. É preciso aceitar, também, outros amores que passam a fazer parte desse amor como mais uma gota d'água que se incorpora ao nosso lago.

Simone de Beauvoir dizia bem, que temos amores necessários e amores contingentes ao longo da vida.

Aceitei a filha de meu marido e hoje recebo mensagens do mundo inteiro de filhos angustiados que me dizem:
- Obrigado por ter aberto um caminho. Meu pai vai morrer, mas eu não poderia ir ao enterro porque a mulher dele não aceitava.

É preciso viver sem mesquinhez, sem um sentido pequeno, lamacento, comum aos moralistas, aos caluniadores e aos paranóicos azedos que teimam em sujar tudo. Espero que as pessoas sejam generosas e amplas para compreender e amar seus parceiros em suas dúvidas, fragilidades, divisões e pequenas paixões.

Isso é amar por inteiro e ter confiança em si mesmo”.

Danièlle Miterrand

Genial!


Sim, ela povoou o imaginário coletivo na década de 60! Essa pinup da foto é Barbara Eden, mais conhecida como Jeannie, a gênia que fazia par com o Major Nelson - Larry Hagman - numa das séries de maior sucesso na história da televisão, "Jeannie é um gênio". Ela e outras pinups aparecem em fotos bem bacanas no endereço http://www.galbreath.net/bill/20-60swim.htm . Vá lá e confira porque vale à pena.

Monday 22 October 2007

Hoje na história: Liszt

Nascia em 22 de Outubro de 1811, o compositor Franz Liszt, para nos presentear com suas Rapsódias Húngaras e a romântica peça para piano Liebesträum.

Frank em doses.

Frank Sinatra, The Voice, foi um colecionador de mulheres - aí na foto "apenas" com Ava Gardner -, de prazeres e também de frases. Gosto muito de algumas delas. Destaco essa que acho genial.

"May you live to be a hundred, and may the last voice you hear be mine". Traduzindo: "Que você viva cem anos, e que a última voz que você escutar seja a minha".
Esse era Sinatra. Inigualável. Inesquecível.
Meu amigo Sávio Soares, essa é para você. Salut!

Save Our Souls.

Sim, ela está mezzo louca. Anda vertiginosamente na contramão.A droga está tentando lhe consumir. Oremos, para que isso não aconteça. Mas a verdade é que a britânica Amy Winehouse é a melhor. Uma voz única e absoluta. Aquela coisa um terço Motown, um terço soul, um terço jazz. As demais estão longe, muito longe.
A bordo de sucessos como “Black To Black” e “Rehab” ela fez recentemente dois shows sensacionais que já tive oportunidade de ouvir. Um chama-se “Live In London At The Astoria” e o outro é “Live In Paradiso” que aconteceu em Amsterdam, Holanda. Impecáveis! Amy, please, save our souls!

Jorginho Guinle.

"Se alguém, algum dia, acusá-lo de viver fora da realidade, em geral é porque você está se divertindo demais".

Fortaleza que se desfaz.

Como esculturas de areia, às vezes, quando caminho por nossa cidade, tenho a sensação de que ela está sendo desfeita. Puro antagonismo. De um lado vejo a Fortaleza que está sendo feita, desafiadora, prédios majestosos, shoppings, avenidas imensas, mas do outro lado diviso uma, linda, imponente, poética, que está se desmanchando. Uma Fortaleza de casario com estilos os mais diversos, fachadas rebuscadas de tempos que não voltam mais, mas que poderiam ser preservados e mantidos em nome da memória da urbe e principalmente, para que pudéssemos ter as referências de nossas infâncias, tão importantes na formação de pessoas melhores e mais felizes.

Dia desses passei defronte ao Centro de Artesanato Luíza Távora. Parei. Fiquei olhando na tentativa de transmutar o que via para os dias em que ali repousava o Palácio Pierina. Construção única, encomendada pelo empresário Plácido de Carvalho para presentear a sua mulher, tradução de um amor que ficou eternizado naquela obra inenarrável. A foto que estou publicando pode falar melhor por mim. Nos seus jardins, eu e meus irmãos chegamos a passear e brincar. Para nossa tristeza o palácio foi impiedosamente demolido.

Depois da morte de Plácido, Pierina pede ao arquiteto húngaro – com brilhante trajetória em nossa cidade - Emilio Hinko que construa ao redor do palácio casas para aluguel, que ainda teimam em estar ali. Derradeiras testemunhas do que foi aquele espaço um dia. Dois dos palacetes que são voltados para Avenida Santos Dumont são claramente lombardos. Os outros quatro vão do romano ao genovês revisitado, influência arquitetônica da costa azul italiana.

Sobre Hinko e sua inestimável obra falarei mais outro dia.

Mas como toda história que se perpetua tem romance em suas linhas, deixo aqui registrado que Emilio Hinko e Pierina acabaram por se apaixonar e casaram. Parece novela. Mas não é. É a puríssima verdade de uma Fortaleza de que temos imensa saudade.

Navegar é preciso...

... E nesse mundo de meu Deus tão aproximado pelas trilhas virtuais, mais ainda. Imagine saber que esse texto daqui a alguns segundos já vai estar caduco? Sabê-lo velho em poucos minutos de viagem pelo espaço inorgânico da internet? Anima-me ao invés de angustiar. Essa velocidade me desafia para que não deixem fenecer as coisas mais importantes dessa vida, - aquelas que fizeram a magia de épocas imorredouras - mas possa, a um só tempo, em paradoxo cotidiano, vivenciar as novas coisas e as mais novas, de forma a alimentar-me desse sangue virgem num ato de assumido vampirismo urbano.

Para isso vim aqui. Para registrar o que vi, o que vivi. Para escrever sobre o que sei e o que decerto ainda não sei e desejo aprender. Vim falar sobre fotos antigas, livros lançados, filmes noir e a safra de tecnomovies de Hollywood. Quero falar sobre sabores dessa vida e de sensações de várias vidas. Vim reforçar nesse espaço a ausência de fronteiras que a blogosfera permite. Essa quebra de regras que tanto me agrada, num mundo de convenções infelizes e pautas que não interessam a ninguém.