Tuesday, 24 June 2008

O Captain! My Captain...

Essa poesia do norte-americano Walt Withman (1819-1892) fez parte de minha infância e adolescência, tendo lugar reservado em minha memória. Sua beleza e dramaticidade jamais me deixaram, tanto é que escolhi uma frase de seu texto para servir de subtítulo a esse blog. Anos depois o vi com grande emoção no filme Dead Poets Society (Sociedade dos Poetas Mortos), Oscar de Melhor Roteiro Original em 1990, em cena clássica, quando os alunos do Professor John Keating (Robin Williams) sobem nas mesas para recitá-lo, no momento em que o professor deixa a sua sala de aula para ser substituído. Fantástico! Agora trago na íntegra o original e a tradução desse poema inesquecível. É lindo demais e quero dividí-lo com vocês.

O CAPTAIN! MY CAPTAIN!
O Captain! My Captain! Our fearful trip is done;
The ship has weather’d every rack, the prize we sought is won;
The port is near, the bells I hear, the people all exulting,
While follow eyes the steady keel, the vessel grim and daring:
But O heart! heart! heart!
O the bleeding drops of red,
Where on the deck my Captain lies,
Fallen, cold and dead.

O Captain! my Captain! rise up and hear the bells;
Rise up—for you the flag is flung—for you the bugle trills;
For you bouquets and ribbon’d wreaths—for you the shores a-crowding;
For you they call, the swaying mass, their eager faces turning;
Here Captain! Dear father!
This arm beneath your head;
It is some dream that on the deck,
You’ve fallen, cold and dead.

My Captain does not answer, his lips are pale and still;
My father does not feel my arm, he has no pulse nor will;
The ship is anchor’d safe and sound, its voyage closed and done;
From fearful trip, the victor ship, comes in with object won:
Exult, O shores, and ring, O bells!
But I, with mournful tread,
Walk the deck my Captain lies,
Fallen, cold and dead.
OH CAPITÃO! MEU CAPITÃO!
Oh Capitão! Meu Capitão! nossa viagem medonha terminou;
O barco venceu todas as tormentas,
o prêmio que perseguimos foi ganho;
O porto está próximo, ouço os sinos, o povo todo exulta,
Enquanto seguem com o olhar a quilha firme,
o barco raivoso e audaz:
Mas oh coração! coração! coração!
Oh gotas sangrentas de vermelho,
No tombadilho onde jaz meu Capitão,
Caído, frio, morto.
Oh Capitão! Meu Capitão! Erga-se e ouça os sinos;
Levante-se - por você a bandeira dança - por você tocam os clarins;
Por você buquês e fitas em grinaldas - por você a multidão na praia;
Por você eles clamam, a reverente multidão de faces ansiosas:
Aqui Capitão! Pai querido!
Este braço sob sua cabeça;
É algum sonho que no tombadilho
Você esteja caído, frio e morto.
Meu Capitão não responde, seus lábios estão pálidos e silenciosos,
Meu pai não sente meu braço, ele não tem pulsação ou vontade;
O barco está ancorado com segurança e inteiro, sua viagem finda, acabada;
De uma horrível travessia o vitorioso barco retorna com o almejado prêmio:
Exulta, oh praia, e toquem, oh sinos!
Mas eu com passos desolados,
Ando pelo tombadilho onde jaz meu Capitão,
Caído, frio, morto.