Tem gente que tem jatinhos. Tem outras pessoas que tem jatos. Mas tem uma categoria que possui um Boeing Business Jet. Um avião do tamanho da arte do bem viver.
Trata-se de uma classe de aeronaves que tem quatro versões, de tamanhos e finalidades diferentes. A mais “modesta” chama-se BBJ, mede 33,60m de comprimento, com uma envergadura de 35,80m podendo fazer viagens intercontinentais com facilidade, disponibilizando uma série de plantas para o interior do avião. Podem ser previstas salas de reuniões, mesas de trabalho e até uma suíte, se assim o proprietário dessa beleza desejar.
Há ainda as versões 787 VIP, com 56,70m de comprimento e 60,10m de envergadura. Num terceiro modelo – 777 VIP - o comprimento é de 66,73m com envergadura de 64,80m. O top de linha é o 747 VIP, que tem comprimento de 76,40m e envergadura de uma ponta a outra da asa de 68,50m. Esse último pode dispor de sala de jantar para doze lugares, sala de conferências, suíte de casal e até um lounge para os passageiros. A Boeing Business Jets anunciou que recebeu sete novas encomendas, totalizando 135 vendas de jatos particulares neste ano. As novas encomendas estão avaliadas em US$ 478,5 milhões.
Tudo isso sem filas, sem check-ins, sem overbooks, sem esperas, sem caos aéreo. E ainda tem gente que acha que viaja de primeira classe.
Wednesday, 31 October 2007
Boeing Business Jet. No ar, com classe.
Cashemere. Vale quanto custa.
Encerrando a trilogia das mantas e xales quero dar uma passada pelo não menos nobre Cashmere. Este tecido quando é bom, vale exatamente cada dólar pago por ele.
Cashmere é a lã da cabra kashmir, de pêlo longo, encontrada na região da Cashemira – Paquistão, Norte da índia e China – e no interior da Mongólia. Acontece ainda no Irã, Iraque, Afeganistão e Turquia. Cashmere da Mongólia é o melhor do mundo, disparado. O do Irã, o pior que se pode imaginar. É considerado um lixo pelas griffes sérias.
Cashmere é colhido à mão apenas uma vez por ano. Cada bichinho produz de 3 a 8 onças de lã somente. Machos, 4 onças. Fêmeas, 2. E é só. São necessários de quatro a seis animais para se fazer um suéter. Mas vamos saber mais para você não se deixar enganar.
São três os fatores que determinam a qualidade – e por conseqüência, o preço – de uma peça de cashmere. A proveniência da fibra (se da Mongólia ou do Irã), o ply (quantidade de fios na fibra) quando os de quatro ply são mais grossos, quentes e caros e os de dois ply que são menos espessos. O ply pode ir de um a dezesseis, em paletós e mantôs de tirar o fôlego. O terceiro e último fator é de que parte do corpo do animal foi retirada a lã. O menos desejado é o das costas, que fica, naturalmente, mais exposto aos elementos. O segundo menos cotado é da lateral, utilizado em misturas e naqueles suéters “da casa” de lojas como Sak’s e Bloomingdales. O mais nobre é o da barriga, usado nos suéters da Ballantyne, Malo ou N.Peal. Os pêlos do peito e do queixo são ainda mais macios e raros, mas utilizados tão somente para confecção de peças ultra-exclusivas e caríssimas.
Eu avisei que ia falar de luxo, não avisei?
Pashimina da Pashimina. A fibra dos reis.
A Pashimina, podemos dizer, que é um shah-tush legal e ecologicamente correto, tendo como diferença básica a geografia dos bichos. Shah-tush vive nas montanhas do Tibet e Pashimina vive na Pashimina. No mercado, shah-tush e pashimina são comercializados como uma variedade, mais fina e cara, do cashmere. Nessas regiões altas do Himalaia a pashimina é conhecida como a fibra dos reis, usada por antigos imperadores mongóis e posteriormente – por volta do XVIII Século – descoberta pela aristocracia européia, permanecendo até hoje como arte feita à mão e com o valor de uma jóia.
A lã é retirada da barriga dos animais com um pente especial. Os xales e mantas são tecidos à mão, um a um, muitas vezes entremeados com seda pura. Vestir-se com um Pashimina é estar coberto com um tecido inigualável, único, excepcional.
Um luxo!
E se o assunto é luxo, vamos a ele.
Esqueça os clichês das bolsas Prada ou dos Gucci estileto. O acessório que hoje fascina aos que podem-tudo-e-sabem-onde-encontrar são as maravilhosas mantas de shah-tush. Cada uma custa aproximadamente US$ 4 mil. É ilegal, mas as mulheres querem de todas as cores. É um regalo de fino trato. Sua espessura é de tal forma delicada que uma manta de 1m x 2m passa inteira por uma aliança de casamento. A foto pode falar por mim.
O shah-tush é “apenas” onze vezes mais quente que a lã comum que conhecemos. É absolutamente ilegal – protegido por rigorosas leis ambientais - e conseguir um desses mimos é missão quase impossível, a não ser no contrabando. Sua lã é retirada à mão dos arbustos onde ficam os fios desprendidos das cabrinhas do Himalaia em seu sobe e desce nas montanhas.
Então você já sabe. Quando lhe falarem de luxo a palavra é: shah-tush. O resto é uma lãzinha qualquer.
Tuesday, 30 October 2007
Hoje na história: Médici toma posse.
Dar Al Amra.
Anos depois o palácio após sucessivas tentativas de desfigurar sua feição islâmica, teve determinada sua dinamitação por Napoleão Bonaparte. A idéia foi frustrada por um soldado, que desarmou alguns explosivos, salvando parte de Alhambra para posteridade.
Em 1821 o palácio sofre a ação de um terremoto. O restauro começou em 1828, no reinado de Fernando VII e sob a responsabilidade do arquiteto José Contreras. Depois da morte de Contreras em 1847, os trabalhos foram continuados pelo seu filho Rafael, com grande sucesso, que morreu em 1890 e depois por seu neto, Mariano. Essa é apenas parte da história desse maravilhoso edifício.
Alhambra.
Tocando e cantando sucessos já consagrados, Loreena McKennitt nos leva a uma viagem pelo maravilhoso Palácio de Alhambra, que fica encravado em um planalto a sudeste de Granada, na Espanha. O nome Alhambra significa A Vermelha em árabe (Al Hambra) e deriva possivelmente da tonalidade dos tijolos de tapia, secos ao sol e feitos de argila e gravilha de que são feitas as muralhas exteriores.
A república vencedora.
Monday, 29 October 2007
Por dever de justiça.
Primeiro ato.
Foi construído por determinação do Governador Francisco do Rego Barros, Conde da Boa Vista, que escolheu o francês Louis Léger Vauthier, o engenheiro responsável pela execução do projeto do novo teatro, que chegou ao Recife, em setembro de 1840. O primeiro projeto elaborado por Vauthier, cujo orçamento era de 400 contos, foi rejeitado devido ao seu alto custo. O projeto definitivo, estimado em 240 contos, foi aprovado em fevereiro de 1841, sendo as obras iniciadas no mês de abril. O local escolhido foi o então chamado Campo do Erário, onde só havia areia. Atualmente é a Praça da República.
Durante todo o período de construção era chamado de Teatro de Pernambuco. Só pouco antes da sua inauguração, em 18 de maio de 1850 o seu nome foi mudado para Teatro de Santa Isabel, em homenagem à Princesa Isabel, filha do Imperador Dom Pedro II.
Ela sabe tudo.
Um palácio. Duas princesas.
O que posso afirmar diante do que vi, é que esse palácio não deixa nada a desejar de outros similares espalhados pelo mundo. As pinhas portuguesas, escadarias, vitrais, furniture, acervo que reúne esculturas, pinturas, arte popular, piso em ladrilhos hidráulicos portugueses, salões em parquet perfeitamente conservados, elevadores de 1922 em pleno funcionamento, fazem deste conjunto arquitetônico uma das obras mais belas que já tive a oportunidade de conhecer. Fui lá e irei outras vezes, pois quero criar maior afinidade com aquele espaço lindo que agora está aberto a visitação pública graças a generosidade do Governador Eduardo Campos e sua Primeira Dama, Dona Renata.
Sunday, 28 October 2007
Hoje na história: Harvard University.
Salve o Tricolor Paulista!
Dos grandes prazeres da vida, torcer pelo São Paulo é um dos que me deixa mais feliz. Hoje, aqui no Recife, mais uma alegria. Vencemos o Sport Recife, na Ilha do Retiro por 2 x 1. Gols de Rogério Ceni de falta e Aluísio. Poderia ter sido de três se nosso goleiro não tivesse perdido um pênalti. Mas está de bom tamanho. O São Paulo pode se sagrar penta-campeão brasileiro nessa próxima quarta-feira, jogando contra o América (RN) dentro do Murumbi.
Saturday, 27 October 2007
Tecnologia tupiniquim.
Thursday, 25 October 2007
Hoje na história: Georges Bizet.
Voltei, Recife...
Wednesday, 24 October 2007
Hoje na história: Washington Luis.
Também conhecida como Revolução de Outubro, o movimento que eclodiu no dia 3 de Outubro de 1930 resultou da articulação dos Estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba, após constatada a derrota de Getúlio Vargas, candidato da Aliança Liberal, para o paulista Júlio Prestes, candidato oficialista, indicado por Washington Luís à sua sucessão na presidência da República. Da Revolução participaram diversos grupos de descontentes, desde as oligarquias menos prestigiadas pela política do "café-com-leite" até segmentos da jovem oficialidade do Exército, inclusive algumas lideranças das revoltas tenentistas da década anterior, animados pelos ideais do liberalismo político. Após alguns poucos combates em diferentes estados do país, o Presidente Washington Luiz foi deposto por uma junta militar, em 24 de Outubro 1930. Esta foto mostra justamente o momento em que o Presidente, apeado do poder, deixa o Palácio do Catete rumo ao exílio.
A Pérola da Polinésia.
Disney, jamais!
Até hoje não há informações precisas do motivo desse veto.
Seria Bakunin um profeta?
Alexander Bakunin (Mikhail Aleksandrovitch Bakunin-1814-1876) – Anarquista russo
Que vença o melhor?
O carimbo de Jezebel.
Jezebel governou Israel, ao norte, numa época em que havia uma divisão em dois estados, ficando ao sul Judá, que deu origem ao povo judeu. Ela é descrita no Primeiro Livro dos Reis como corrupta e perversa obrigando ainda seus súditos a adorarem deuses pagãos. (Com informações do G1)
Tuesday, 23 October 2007
Hoje na história: Jacques Klein.
Nas asas de uma paixão.
Essa é para meu amigo Guto Freitas, advogado por profissão, aviador por absoluta paixão. Aliás, ele, como poucos, sabe o verdadeiro significado da palavra voar. Guto, um especialista na arte do bem viver tem um interessante endereço - www.gutofreitas.com.br - em que fala de suas experiências pelo mundo da gastronomia e das melhores coisas dessa vida. Meu irmão, aquele abraço e um pouco desse aviador-poeta pra gente viajar em verso.
"Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única e nenhuma substitui outra. Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só nem nos deixa sós. Leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo. Há os que levam muito, mas não há os que não levam nada. Há os que deixam muito, mas não há os que não deixam nada. Essa é a maior responsabilidade de nossa vida, e a prova de que duas almas não se encontram ao acaso."
Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944)
Uma certa casa na praia.
Isso é o que importa.
Sempre me incomodou a hipocrisia. Esse falso moralismo cheio de julgamentos levianos, rótulos aplicados de forma cega sem conhecer a história de cada um. Isso é patente numa sociedade carente de valores, pobre de espírito e sem princípios como a que vivemos. Esta semana recebi de uma amiga querida, a humorista Valéria Vitoriano, a Rossicléa, essa carta de Madame Danièlle Mitterrand, que é um poderoso instrumento de reflexão. Ela a escreveu para o povo francês, após ter recebido críticas impiedosas por permitir a presença nos funerais de seu marido - o ex-Presidente François Mitterrand - da amante dele e sua filha Mazarine. Passo a transcrevê-la para que todos possam conhecer o pensamento dessa grande mulher.
“Antes de mais nada devo deixar claro que não é um pedido de desculpas. Muito menos um enunciado de justificativas vãs, comum aos covardes ou àqueles que vivem preocupados em excesso com a opinião dos outros.
Aos 71 anos, vivendo a hora do balanço de uma existência que é um sulco bem traçado e profundo, já não mais preciso, e nem devo, correr atrás de possíveis enganos.
Vivo o momento em que as sombras já esclarecem e que as ausências são lindas expressões de perenidade e criação. Sombras e ausências podem ser tudo, ao passo que luzes e presenças confundem os mais precipitados, os mais jovens.
Vivi com François 51 anos; estive com ele em muito desse tempo e me coloquei sempre. Há mulheres que não se colocam, embora estejam; que não se situam embora componham o cenário da situação presumível. Uma vida de altos e baixos.
Na época da Resistência nunca sabíamos onde iríamos passar a noite - se na cama, na prisão, nos bosques ou estendidos por toda a eternidade. Quando se vive assim em comum, cria-se uma solda e a consciência de que é preciso viver depressa. Concentrar talvez seja a palavra. Por isso tentei entendê-lo, relacionar-me com sua complexidade, com as variações de sua pessoa e não de seu caráter...
Quem entende ou, pelo menos luta para compreender as variações do outro, o ama realmente. E nunca poderá dizer que foi enganada ou que jamais enganou. Não nos enganamos, nos confundimos quando nos perdemos da identidade vital do parceiro, familiar ou irmão. Ou jamais os conhecemos, o eu também, não é um engano. Quem não conhece, não tem enganos. Nas variações do outro, não cabe o apaziguador que destrói tudo antes do tempo em forma de tranqüilidade. Uma relação a dois não deve ser apaziguada, mas vibrante, apaixonada, e não, enfastiada.
Nessa complexidade vi que meu marido era tão meu amante quanto da política. Vi, também, que como um homem sensível poderia se enamorar, se encantar com outras pessoas, sem deixar de me amar. Achar que somos feitos para um único e fiel amor é hipocrisia, conformismo. É preciso admitir docemente que um ser humano é capaz de amar apaixonadamente alguém e depois, com o passar dos anos, amar de forma diferente. Não somos o centro amorável do mundo do outro. É preciso aceitar, também, outros amores que passam a fazer parte desse amor como mais uma gota d'água que se incorpora ao nosso lago.
Simone de Beauvoir dizia bem, que temos amores necessários e amores contingentes ao longo da vida.
Aceitei a filha de meu marido e hoje recebo mensagens do mundo inteiro de filhos angustiados que me dizem:
- Obrigado por ter aberto um caminho. Meu pai vai morrer, mas eu não poderia ir ao enterro porque a mulher dele não aceitava.
É preciso viver sem mesquinhez, sem um sentido pequeno, lamacento, comum aos moralistas, aos caluniadores e aos paranóicos azedos que teimam em sujar tudo. Espero que as pessoas sejam generosas e amplas para compreender e amar seus parceiros em suas dúvidas, fragilidades, divisões e pequenas paixões.
Isso é amar por inteiro e ter confiança em si mesmo”.
Danièlle Miterrand
Genial!
Sim, ela povoou o imaginário coletivo na década de 60! Essa pinup da foto é Barbara Eden, mais conhecida como Jeannie, a gênia que fazia par com o Major Nelson - Larry Hagman - numa das séries de maior sucesso na história da televisão, "Jeannie é um gênio". Ela e outras pinups aparecem em fotos bem bacanas no endereço http://www.galbreath.net/bill/20-60swim.htm . Vá lá e confira porque vale à pena.
Monday, 22 October 2007
Frank em doses.
"May you live to be a hundred, and may the last voice you hear be mine". Traduzindo: "Que você viva cem anos, e que a última voz que você escutar seja a minha".
Save Our Souls.
Jorginho Guinle.
Fortaleza que se desfaz.
Dia desses passei defronte ao Centro de Artesanato Luíza Távora. Parei. Fiquei olhando na tentativa de transmutar o que via para os dias em que ali repousava o Palácio Pierina. Construção única, encomendada pelo empresário Plácido de Carvalho para presentear a sua mulher, tradução de um amor que ficou eternizado naquela obra inenarrável. A foto que estou publicando pode falar melhor por mim. Nos seus jardins, eu e meus irmãos chegamos a passear e brincar. Para nossa tristeza o palácio foi impiedosamente demolido.
Depois da morte de Plácido, Pierina pede ao arquiteto húngaro – com brilhante trajetória em nossa cidade - Emilio Hinko que construa ao redor do palácio casas para aluguel, que ainda teimam em estar ali. Derradeiras testemunhas do que foi aquele espaço um dia. Dois dos palacetes que são voltados para Avenida Santos Dumont são claramente lombardos. Os outros quatro vão do romano ao genovês revisitado, influência arquitetônica da costa azul italiana.
Sobre Hinko e sua inestimável obra falarei mais outro dia.
Mas como toda história que se perpetua tem romance em suas linhas, deixo aqui registrado que Emilio Hinko e Pierina acabaram por se apaixonar e casaram. Parece novela. Mas não é. É a puríssima verdade de uma Fortaleza de que temos imensa saudade.
Navegar é preciso...
Para isso vim aqui. Para registrar o que vi, o que vivi. Para escrever sobre o que sei e o que decerto ainda não sei e desejo aprender. Vim falar sobre fotos antigas, livros lançados, filmes noir e a safra de tecnomovies de Hollywood. Quero falar sobre sabores dessa vida e de sensações de várias vidas. Vim reforçar nesse espaço a ausência de fronteiras que a blogosfera permite. Essa quebra de regras que tanto me agrada, num mundo de convenções infelizes e pautas que não interessam a ninguém.