Encerrando a trilogia das mantas e xales quero dar uma passada pelo não menos nobre Cashmere. Este tecido quando é bom, vale exatamente cada dólar pago por ele.
Cashmere é a lã da cabra kashmir, de pêlo longo, encontrada na região da Cashemira – Paquistão, Norte da índia e China – e no interior da Mongólia. Acontece ainda no Irã, Iraque, Afeganistão e Turquia. Cashmere da Mongólia é o melhor do mundo, disparado. O do Irã, o pior que se pode imaginar. É considerado um lixo pelas griffes sérias.
Cashmere é colhido à mão apenas uma vez por ano. Cada bichinho produz de 3 a 8 onças de lã somente. Machos, 4 onças. Fêmeas, 2. E é só. São necessários de quatro a seis animais para se fazer um suéter. Mas vamos saber mais para você não se deixar enganar.
São três os fatores que determinam a qualidade – e por conseqüência, o preço – de uma peça de cashmere. A proveniência da fibra (se da Mongólia ou do Irã), o ply (quantidade de fios na fibra) quando os de quatro ply são mais grossos, quentes e caros e os de dois ply que são menos espessos. O ply pode ir de um a dezesseis, em paletós e mantôs de tirar o fôlego. O terceiro e último fator é de que parte do corpo do animal foi retirada a lã. O menos desejado é o das costas, que fica, naturalmente, mais exposto aos elementos. O segundo menos cotado é da lateral, utilizado em misturas e naqueles suéters “da casa” de lojas como Sak’s e Bloomingdales. O mais nobre é o da barriga, usado nos suéters da Ballantyne, Malo ou N.Peal. Os pêlos do peito e do queixo são ainda mais macios e raros, mas utilizados tão somente para confecção de peças ultra-exclusivas e caríssimas.
Eu avisei que ia falar de luxo, não avisei?