Tuesday, 30 December 2008

Seja agasalho.

Vamos lá...
Todos sabem o que é se atirar. O que difere um do outro é a ousadia. Coragem de mudar, de quebrar paradigmas. Sair do imobilismo, daquela letargia mórbida dos que acham melhor do jeito que está. Atitude consigo mesmo. Isso parece ser o mais complicado. Mas não é bem assim.

Costumo dizer que, se você não enfrentar a vida, a vida lhe enfrenta e é por isso que conclamo aos espíritos que me rodeiam para que sigam sempre jovens, ingênuos, puros, desconhecendo os perigos e, portanto, sempre prontos a voar mais alto, além das nuvens e do que concebemos como céu.

Não há decerto uma receita para ser feliz, num mundo onde nem sabemos a tradução da palavra felicidade. Sim, porque depois do relativismo, para mim o que é, para você pode jamais vir a ser. Não dê desculpas para seus erros repetidos, que se tornam hábitos e mazelas, que lhe expõem ao ridículo como aquele mentiroso contumaz. Ninguém acredita em quem mente sobre si mesmo. Nem o mentiroso acredita em si próprio.

Não há receita. Mas que existem caminhos para driblar as pedras da estrada, lá isso existe.

Comece sendo menos exigente com você. Leve-se menos a sério. Não queira criar uma imagem do ser perfeito, daquele que não erra, que não titubeia. Seja humano, vacile, se engane e compreenda o seu vizinho para ser igualmente compreendido. É franciscano pensar assim.

Olhe as pessoas como você gostaria de ser olhado. Tenha mais compaixão dos fracos, dos que sofrem, dos que tremem. Afague os que necessitam. Olhe nos olhos quando for falar com alguém, dê importância ao principal e não ligue para o acessório. Abrace com os dois braços, beije na face aqueles que você quer bem. Não tenha vergonha de gostar, de amar e falar de amor, de frases clichê, de poemas de rima fácil. Ria de si mesmo, gargalhe defronte ao espelho. Faça piada de suas próprias comédias.

Conviva com mais crianças, brinque com elas. Corra atrás de seus filhos brincando de pega-pega, deite-se no tapete e sonhe com eles. Faça-os sentir a grama nos pés e as curvas na areia da praia. Beije-os antes de dormir, conte histórias, vire criança, chore de ternura. Mantenha vivo Papai Noel e todos os Natais possíveis. Acreditar é tão importante... Cante cantigas, ouçam música juntos, ensaie um solfejo. Cuide, cuide, cuide...

Assista a um pôr do sol com quem você ama. Ande de mãos dadas pela beira-mar, converse fiado, ria do passado, olhe fotografias, tenha saudade, lembranças boas de quem se foi, desengavete as mágoas, delete-as, sinta-se leve, sem culpa, diga do bem querer, sem reservas, dê flores, coloridas, primaveris, orvalhadas. Olhe estrelas e combine aquela que é de cada um. Romance é um texto escrito a quatro mãos. Derreta-se de paixão. A vida é feita de muitas, ao tempo em que a vida é “a” paixão.

Ame a Deus acima de todas as coisas e entregue a Ele, com confiança e lealdade os seus dias e noites, como quem entrega um jardim aquele senhor que tão bem conhece todas as estações. Deixe-se semear por Ele. Espere a chuva. Floresça na sua fé.

Pegue sol na sua praia preferida, dirija de vidros abertos pra sentir o vento no rosto, leia um poema, perdoe, perdoe, perdoe, fique um pouco mais em silêncio, pegue na mão com justeza, mergulhe na alma de quem está ao seu lado sempre. Dedique uma oração aos que mais precisam. Com o tempo você perceberá que a prática diária do que você tem de melhor dentro de si, se espalhará pelos campos a sua volta, deixando um rastro de luz e esperança por onde passar. Faça o bem sem olhar a quem. Voluntarize-se.

Seja agasalho, não seja frio.

Um profeta...

Antevi. Predisse. Vi adiante da nuvem fumarenta. Mandei sinais. Códigos ignorados. Sucumbi. Eu já sabia. Não é possível que eu seja um profeta!

Sem explicação.

Não tem explicação. A licença poética fala por si quando a gente volta. Há muito o que dizer ainda. Eu disse... ainda. Momento certo? Nem eu mesmo sei. Mas que uma taça de champagne pode marcar um novo tempo, lá isso pode.

Wednesday, 2 July 2008

Uma gota.

É importante lembrar. O mundo é sutil e relativo. Todas as coisas que há sobre ele são movidas por impulsos que na maioria das vezes desconhecemos. É preciso perceber. Aguçar os sentidos. Porque é na pureza que se encontrará respostas. Somos uma gota. Uma pequena gota num imenso oceano que não conseguimos divisar. Tudo é um horizonte distante e esfumaçado. Nada pode nos tirar da desordem senão o amor e é com ele que devemos caminhar. Tudo o mais é dormência e vazio. Não esqueça afinal: o mundo é sutil e relativo.

Friday, 27 June 2008

Sócrates.

"Existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância".
Sócrates (470 a.C-399a.C), filósofo ateniense.


Tuesday, 24 June 2008

Um conceito.

“Nós o povo dos Estados Unidos, a fim de formar a mais perfeita União, estabelecer a Justiça, assegurar Tranqüilidade doméstica, prover a defesa comum, promover o bem estar geral, e assegurar a Benção da Liberdade para nós mesmos e nossa Posteridade, determinamos e estabelecemos esta Constituição para os Estados Unidos da América”.
Este é o preâmbulo da Constituição dos Estados Unidos da América, assinada na Filadélfia em 17 de setembro de 1787. A história já provou que ela não é apenas um conceito. Ela é respeitada e amada pelo seu povo. Porque será que isso não acontece aqui?

Precisa-se de um contorno.

Eu tenho uma imagem construida sobre as coisas. O que falta é apenas o contorno para que você possa ver comigo.

O Captain! My Captain...

Essa poesia do norte-americano Walt Withman (1819-1892) fez parte de minha infância e adolescência, tendo lugar reservado em minha memória. Sua beleza e dramaticidade jamais me deixaram, tanto é que escolhi uma frase de seu texto para servir de subtítulo a esse blog. Anos depois o vi com grande emoção no filme Dead Poets Society (Sociedade dos Poetas Mortos), Oscar de Melhor Roteiro Original em 1990, em cena clássica, quando os alunos do Professor John Keating (Robin Williams) sobem nas mesas para recitá-lo, no momento em que o professor deixa a sua sala de aula para ser substituído. Fantástico! Agora trago na íntegra o original e a tradução desse poema inesquecível. É lindo demais e quero dividí-lo com vocês.

O CAPTAIN! MY CAPTAIN!
O Captain! My Captain! Our fearful trip is done;
The ship has weather’d every rack, the prize we sought is won;
The port is near, the bells I hear, the people all exulting,
While follow eyes the steady keel, the vessel grim and daring:
But O heart! heart! heart!
O the bleeding drops of red,
Where on the deck my Captain lies,
Fallen, cold and dead.

O Captain! my Captain! rise up and hear the bells;
Rise up—for you the flag is flung—for you the bugle trills;
For you bouquets and ribbon’d wreaths—for you the shores a-crowding;
For you they call, the swaying mass, their eager faces turning;
Here Captain! Dear father!
This arm beneath your head;
It is some dream that on the deck,
You’ve fallen, cold and dead.

My Captain does not answer, his lips are pale and still;
My father does not feel my arm, he has no pulse nor will;
The ship is anchor’d safe and sound, its voyage closed and done;
From fearful trip, the victor ship, comes in with object won:
Exult, O shores, and ring, O bells!
But I, with mournful tread,
Walk the deck my Captain lies,
Fallen, cold and dead.
OH CAPITÃO! MEU CAPITÃO!
Oh Capitão! Meu Capitão! nossa viagem medonha terminou;
O barco venceu todas as tormentas,
o prêmio que perseguimos foi ganho;
O porto está próximo, ouço os sinos, o povo todo exulta,
Enquanto seguem com o olhar a quilha firme,
o barco raivoso e audaz:
Mas oh coração! coração! coração!
Oh gotas sangrentas de vermelho,
No tombadilho onde jaz meu Capitão,
Caído, frio, morto.
Oh Capitão! Meu Capitão! Erga-se e ouça os sinos;
Levante-se - por você a bandeira dança - por você tocam os clarins;
Por você buquês e fitas em grinaldas - por você a multidão na praia;
Por você eles clamam, a reverente multidão de faces ansiosas:
Aqui Capitão! Pai querido!
Este braço sob sua cabeça;
É algum sonho que no tombadilho
Você esteja caído, frio e morto.
Meu Capitão não responde, seus lábios estão pálidos e silenciosos,
Meu pai não sente meu braço, ele não tem pulsação ou vontade;
O barco está ancorado com segurança e inteiro, sua viagem finda, acabada;
De uma horrível travessia o vitorioso barco retorna com o almejado prêmio:
Exulta, oh praia, e toquem, oh sinos!
Mas eu com passos desolados,
Ando pelo tombadilho onde jaz meu Capitão,
Caído, frio, morto.

Monday, 23 June 2008

Lord Byron, mais uma vez.

Há nas matas cerradas um prazer,
Há nas encostas solitárias um arrebatamento,
Há uma sociedade, onde ninguém pode intrometer,
Pelo mar profundo, e música em seu lamento:
Eu não amo menos ao Homem, mas à Natureza mais,
Dessas nossas entrevistas, nas quais capturo,
De tudo que eu possa ser, ou tenha sido tempos atrás,
Para me misturar ao Universo, e sentir puro,
O que nunca posso expressar, ainda que não possa esconder.

Lord Byron (1788 - 1824), poeta britânico.

Sunday, 22 June 2008

Fortaleza, vida e liberdade.

O sol dourou telhados e prédios imponentes que silhuetam a minha cidade. A tarde desceu seu manto sobre Fortaleza. Um céu azul escuro, pontilhado de estrelas prateadas que ainda pode se ver daqui, brisa que não cessa. Capricho de um lugar que não se entrega a urbanidade daninha, que se espalha em ternura a cada esquina, que não se dobra a falta de poesia. Versos temos de sobra.

Faróis acesos cortam ruas e praças, pessoas caminham com passos firmes de orgulho de viver aqui, de experimentar a arte de ser fortalezense, de ser dono de cada pedacinho dessa terra, que se derrama até o mar encontrando todas as nuances de verde que a vista pode enxergar. Sinto que minhas palavras ainda são injustas, que tudo que falar é muito pouco para dizer desse amor, dizer desse mistério que apaixona aos que passam, aos que são daqui, aos que ficam. Fortaleza, mãe de todos nós, que adota aos que lhe fazem reverência, aos que abraçam seus ideais, Fortaleza tradução de vida e liberdade, identidade dos bons de coração e alma leve.

Friday, 20 June 2008

Winston Spencer Churchill.

"Não existe opinião pública. O que existe é opinião publicada".
Sir Winston Spencer Churchill (1874 - 1965)
Primeiro Ministro Britânico

Tuesday, 17 June 2008

Calam-se as pernas.

Pernas que falavam. Assim eram as pernas de Cyd Charisse, que nos deixou hoje, aos 87 anos, para tristeza dos que amam o cinema. Era um monumento em forma de mulher. Linda, como podem constatar pela foto que estou postando com seu autógrafo. Dançava como poucas, impressionante.
Cyd é de um tempo que não volta mais, quando a América ditava o estilo de viver, havia poesia e glamour em quase tudo e o mundo era muito mais bonito de se viver.
Cyd Charisse teve atuações inesquecíveis em filmes como "A lenda dos beijos perdidos", "Brigaddon", de 1954, dirigido por Vincent Minelli; "Para sempre em meu coração", de 1954, dirigido por Stanley Donen; e no célebre "Cantando na chuva", de Gene Kelly e Stanley Donen.
Fica a nossa saudade, a nossa nostalgia e a nossa imensa gratidão por momentos tão especiais que ela nos proporcionou.

Sunday, 15 June 2008

Taking chances.

Com mais de 180 milhões de discos vendidos em todo o mundo em pouco mais de 25 anos, cinco prêmios Grammy e dois Oscar, e tendo encerrado há pouco, cinco anos de temporada de shows em Las Vegas, Celine Dion está com um novo trabalho que deve ser ouvido por todos aqueles que gostem de boa música. "Taking chances" é o título do CD com que a diva do pop volta à estrada.
Entre as canções, que passam por pop, soul e até gospel, figura um tema, "That's just the woman in me", escrito pelo guitarrista de Katrina & the Waves, Kimberley Rew, há 15 anos e que ela quis recuperar.
Nascida em Charlemagne (Quebec), Celine é a caçula de 14 irmãos dentro de uma família com grande tradição musical, e aos 12 anos já compôs sua primeira canção em francês.
"Taking chances" é uma irrefutável prova da qualidade do trabalho de Celine Dion, uma das maiores cantoras de nosso tempo.

Friday, 13 June 2008

O trem do tempo.

O tempo, esse inexorável trem do qual todos nós somos um pouco passageiros, trata de carregar-nos em seus vagões, através da vida, sem perguntar qual o seu destino, sem pedir bilhetes, sem dizer onde vai parar aquela viagem. Isso, que poderia ser assustador e pesaroso, pelas inúmeras dúvidas que carrega em seus trilhos, deve, a meu ver, revestir-se de magia justamente por esta característica indefinida e, certamente, jamais definitiva.

O trem avança, passando por diversas paisagens, visitando lugares de culturas diversas. Fazendo curvas amplas e fechadas. Em cada estação, pessoas te esperam, em outras não. Nas estações em que lá estão, trocam experiências, falam de suas próprias vidas, dos trens que tomaram, das suas próprias paradas, suas viagens, seus desencontros. Disso é feita essa existência. Da soma de todas essas aventuras, de todas essas viagens, paradas, pessoas, imagens, cenários, paisagens, aromas, sabores, sentimentos, lembranças. Tudo isso, maturado em nossa vivência espiritual, amalgamado em nossa alma, nos escaninhos mais profundos dela, explicará os meios, justificará os fins e mostrará, decerto, a direção a ser tomada na estação seguinte, até a derradeira, quando os trens todos já tiverem passado e não haja mais para onde ir.

Até lá é nossa missão, visitar todos os lugares e pessoas que o Criador planejou para nós, sem resistências que desencorajem, sem preconceitos que nos bloqueiem, sem reservas que assombrem o nosso aprendizado e impeçam o nosso crescimento. A vida, pois, é antes de tudo, descobrir, experienciar, sentir. Foi crendo nisso que cheguei até aqui, que percebi o clima, o ânimo, a forma de ser, ouvi as canções, comi a comida, bebi a bebida, ri do mesmo riso, abracei pessoas, fiz amigos, criei alguns inevitáveis – embora não buscados - desafetos, chorei, me debati, observei, entendi.

Se hoje deixo essa estação em busca de outro lugar, vou-me sem mágoas, agradecido, profundamente agradecido, pela acolhida, pelo agasalho, pelas palavras de fé, pelos ouvidos pacientes, pelo silêncio respeitoso, pelos sorrisos abundantes, pelos afagos sinceros, pelas orações contritas. Saio de espinha ereta, com enorme orgulho do que plantei aqui. Se não colhi o suficiente não houve culpados.

Vou-me com os olhos postos no futuro, na próxima parada, nas curvas e retas que virão à frente. Vou-me com os braços e o coração abertos para encontrar novos passageiros, novos peregrinos, novos transeuntes, novos lugares, e percebê-los a todos. Vou-me contente pelos amigos que deixo para trás, porque sei que os verdadeiros; aqueles de primeira hora, que chegam sem chamados, que entram sem bater; estes irão comigo, porque aprenderam comigo, mas principalmente me ensinaram alguma coisa e uma lição jamais pode ser esquecida. Meus amigos são aquilo que aprendi e para um apaixonado pelo conhecimento como eu, não há como separá-los de minha memória e de meu bem querer.

Mas deixa-me ir. É já que o bilheteiro está me chamando. O maquinista apita. A locomotiva resfolega ruidosa, rodas de ferro tinem nos trilhos. Embarco sereno. No peito aquela sensação de dever cumprido. A busca de novos desafios me provoca. É dada a hora de partir. Abro a janela, puxo a cortina. O vento bate no meu rosto. Cerro a vista. Partimos. Para trás uma cidade, uma silhueta que vai se distanciando até sua importância ficar longe, e longe, e longe...

Boa sorte. Fiquem com Deus e até qualquer dia.


Jack Welsh.

"Controle seu destino ou alguém controlará".
Jack Welsh - executivo norte-americano

A imagem.

Mais uma vez comprovado. O cachorro é o melhor amigo do homem!

Thursday, 12 June 2008

Namorar.

Namorar. Hoje se faz muito pouco isso. Mas ainda há esperanças. Muito embora se espere bem mais pelas caixas coloridas das lojas de griffe do que pelo toque incomparável das mãos de quem se ama. Quase já não sobe a temperatura quando as peles se encontram. Quase não há romance. Hoje o negócio é correr atrás de dinheiro. Corre-se muito pouco em busca de quem se gosta. Amor virtual, internético, com papo de MSN.

O sucesso tomou o lugar do par ideal. Hoje os encontros são em busca do melhor negócio. Fazem-se contas das contas bancárias. Mede-se patrimônio e não sentimentos. Eu lamento informar. Tem sido assim. Mas como eu disse, tem jeito. A solução está em desfragmentar o hard disk de sua alma. Dar-se licença de ser um pouco ridículo, de pegar-se chorando por uma mulher, de ter na memória o sabor daquele beijo, sentir aquele friozinho que desce pela espinha dos que gostam. Isso sim é se dar bem. Isso é estar no topo do mundo. Porque afinal, todas as coisas que lhe fazem realmente feliz são as menos pretensiosas, pode acreditar. O resto é marketing.

Sem apologia da mediocridade, nada substitui um dia na praia caminhando pela beira-mar e conversando água de coco ou sentar num banco de praça vendo as folhas do outono cair na companhia inseparável de quem escolhemos para partilhar nossos dias e noites. Coisa alguma pode superar o perfume que toma outras nuances quando repousa no corpo que se quer possuir. Nenhuma emoção pode traduzir a música que marcou aquele momento único. Quando se entende isso se percebe que a vida é feita de memória. Um grande arquivo de imagens, sentidos e frases que ficam perpetuados até que nos dissipemos desse lugar. E mesmo depois daqui carregamos o que vivemos e deixamos o que sentimos para que outros continuem a nossa caminhada.

Num mundo em que a marca é mais importante que a pessoa, o diferencial está no amor. Sem pieguice de qualquer espécie, aconselho-o a experimentar as coisas mais simples, porque não há nada mais sofisticado que a simplicidade. Viva a luz do entardecer, viva o sorriso, o afago, a tatuagem, a pele, os olhos que falam, o coração que salta, o arrepio que brota. Viva o fôlego que falta, a voz que aquece, o beijo que detona. Solte as amarras desse mundo fake e viva o mundo de verdade. O mundo dos que sonham, dos que dizem, dos que pensam, dos que tocam, dos que se aprofundam, dos que tem coragem de ir até o fim, dos que não se reservam, dos que são sem medida, dos que não se reprimem. Viva o mundo daqueles que confessam uma paixão. Porque um abraço diz mais que todos os presentes e um poema é mais forte que qualquer etiqueta.

A escolha.

"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Escolho meus amigos para saber quem sou."
Oscar Wilde (1854 - 1900), escritor irlandês.

Saturday, 7 June 2008

Vamos a praia?

E Fortaleza não decepcionou...Ele, o sol, está aí reinando absoluto. E dia de sol aqui inspira ir ao Beach Park, o maior e mais emocionante parque aquático da América Latina. Veja que paisagem. Ali atrás pode se ver o parque aelólico da Praia do Japão comsuas imensas hélices a desafiar o vento. Tudo é belo, tudo é verdadeiro, tudo é Fortaleza. E aí? Vamos a praia?

Era Dunga ou era Dunga?

Estamos vivendo a Era Dunga ou era Dunga o treinador responsável (ou seria irresponsável?) que permitiu uma vergonha dessas?

Friday, 6 June 2008

Tempestade a vista?

Começou a chover aqui em Fortaleza. Será que vem outra tempestade como aquela de ontem? Foi a maior chuva que me recordo ter assistido nessa cidade. Nunca vi outra igual. Centenas de raios e trovões. Água derramando copiosamente. O dia foi de brisa amena, mas a noite promete mais chuva. Vamos nos preparar.

Monday, 2 June 2008

Yves Saint Laurent

"A roupa mais bonita para vestir uma mulher são os braços do homem que ela ama. Para as que não tiveram essa felicidade, eu estou aqui."
Yves Saint Laurent (1936 - 2008)

Um mundo menos glamuroso.

E o mundo acordou hoje menos glamuroso. Morreu aos 71 anos de idade, o estilista Yves Saint Laurent. YSL, último mito vivo que revolucionou a indumentária feminina do Século XX, lutava há um ano contra um tumor no cérebro, segundo informou seu amigo e co-fundador da firma YSL, Pierre Bergé. Companheiro de Saint Laurent durante 50 anos, nos âmbitos pessoal e profissional, Bergé se disse "profundamente triste" pela morte, apesar de afirmar que não era "um choque", dado que o câncer do estilista tinha sido detectado em abril de 2007.
Nascido em 1º de agosto de 1936 em Oran, na Argélia, em uma família rica, inspirado sempre pela beleza e pelo estilo da mãe, o criador da saharienne (jaqueta tipo safári) e do fraque para a mulher, morreu às 23h10 (18h10 de Brasília) de ontem, domingo.
O estilista será incinerado e suas cinzas serão colocadas em uma sepultura nos jardins Majorelle em Marrakech (Marrocos), vizinho à residência que Saint Laurent e Bergé compraram em 1980.

Sunday, 1 June 2008

John Dryden.

"Há na loucura um prazer que só os loucos conhecem".
John Dryden (1631 - 1700) poeta inglês.

Quando a mesmice é bela.

Para quem mora em Fortaleza lindos dias de sol são comuns. É uma mesmice extremamente bela. A brisa única que sopra do oceano ameniza a brasa do calor e convida para visitar esse cenário. Aí na foto a Enseada do Mucuripe, com suas dezenas de barcos e jangadas. A praia cheia de gente feliz, de sorriso franco, água de côco, peixe freco, todos brindando a natureza que nos presenteia com essa festa para os olhos e para a alma. Quem vive Fortaleza sabe bem do que estou falando.

Saturday, 31 May 2008

Live in Tuscany.

Se foi o maestro Pavarotti. Ponto. Ninguém irá jamais superá-lo. Os tempos são outros, os sentimentos são outros, o mundo é outro. Mas para embevecer os nossos ouvidos ainda temos Andrea Bocelli, tenor que volta as suas origens num evento único, registrado na Toscana Italiana, sua terra natal. O DVD/CD é intitulado "Andrea Bocelli - Vivere, Live In Tuscany".
Pela primeira vez foram reunidos todos os seus grandes sucessos num concerto emocionante. O cenário, a luz, a atmosfera do lugar contribuem para este ser um trabalho singular. Romanza, Time To Say Goodbye (Com te partiró), Vivo Per Lei entre outros. Gravado em 5 de julho de 2007, traz participações especiais do saxofonista Kenny G, do pianista Lang Lang e das cantoras Sarah Brightman e Laura Pausini. É uma obra muito especial produzida por David Foster, responsável pelo seu grande sucesso de 2006, o álbum Amore. Foster concebeu também discos de artistas como Josh Groban, John Lennon, Celine Dion e Michael Jackson.
Sendo assim, não espere. Vá a primeira loja que venda produtos dessa qualidade, leve o seu para casa, peça silêncio e viaje na voz maravilhosa de Bocelli e nos arranjos primorosos de Foster.

O pequeno grande biquini.

Claro que Molly Sims, a estonteante modelo que o veste é muito mais maravilhosa que o biquini. A peça que é também linda e única, desenhada por Susan Rosen e a equipe da Steinmetz Diamonds, custa "apenas" US$ 30 milhões. Isso mesmo! Trinta milhões de dólares!
O biquini é feito com uma armação de platina adornada com 151 quilates de raros diamantes de classificação D, sendo um de 51 quilates em forma de pêra, um de 30 quilates com um corte “esmeralda”, dois de 15 quilates com corte redondo e mais dois 8 quilates em forma, novamente, de pêra. O detalhe, é que todos os diamantes tem a melhor gradação existente, são absolutamente perfeitos, sem nenhum tipo de marca, mancha ou variação de transparência.
Nem posso imaginar o que aconteceria se ela resolvesse desfilar com esta indumentária em alguma praia brasileira.


Friday, 30 May 2008

Os fundamentos de Gandhi.

Gandhi (1869-1948) é mais conhecido por sua história como um político pacifista indiano. Mas o seu pensamento filosófico é também digno de nota. Os dez principais fundamentos para um mundo melhor de sua autoria são uma irrefutável prova disso. São eles:
01. Muda-te a ti mesmo - "Se você quer mudar ao mundo, antes de tudo comece você esta mudança para o bem".
02. Tu tens o controle - "Ninguém pode fazer mal a você sem a sua permissão".
03. Perdoa e deixa-o ir - "O débil nunca sabe perdoar. O perdão é atributos de fortes. Olho por olho e todos acabaremos cegos".
04. Sem ação não vais a nenhuma parte - "Um pouco de ação vale mais que várias toneladas de discurso".
05. Preocupa-te com o agora - "Não se ocupe com o futuro. Viva o presente. Deus não nos deu nenhum controle sobre o amanhã".
06. Todos somos humanos - "Considere-se um simples indivíduo capaz de equivocar-se como qualquer outro mortal. Mas tenha, no entanto, a suficiente humildade para reconhecer seus erros e refazer seus passos".
07. Persistir, esta é a chave - "Primeiro te ignoram, depois debocham, depois brigam contigo, depois... você vence".
08. Vê o que as pessoas tem de bom e ajude-as - "O homem se torna grande e promissor tanto quanto trabalha para/e com seus semelhantes".
09. Seja conseqüente, seja autêntico, seja verdadeiro - "Felicidade é quando aquilo que pensa, que diz e o que faz está em harmonia".
10. Continua crescendo e evolua - "O desenvolvimento constante é lei da
vida, e o homem que sempre tenta manter seus dogmas para parecer consistente se arrasta para uma falsa posição".

E por falar em celular...

Um pequeno trecho de cerca de quinze segundos da Grande Valsa, composta para violão solo por Francisco Tárrega em 1902, deve ser provavelmente uma das melodias mais conhecidas do mundo moderno. O motivo para isso é ela ter sido adotada pela maior fabricante de celulares do mundo no final da década de 1990 para servir de campainha padrão dos telefones polifônicos da Nokia, o incansavelmente ouvido "Nokia Tune".
Para se ter uma idéia mais palpável da quantidade de pessoas que escutam diariamente esta campainha, considere que apenas no ano de 2007 a Nokia vendeu 440 milhões de aparelhos celulares, o que correspondeu a 40% da venda total de aparelhos celulares em todo o planeta.
Mas o fato é que, depois de cerca de nove anos, a marca finlandesa resolveu fazer uma bem vinda atualização do Nokia Tune, que está tendo sua estréia em um novo aparelho da marca, o N78, esse aí da foto.

Ligação importante.

E para não perder o ritmo, vamos falar do celular mais caro do planeta. O Piece Unique - peça única - da GoldVish, é um artefato tecnológico com tudo o que tem direito: bluetooth, câmera digital com zoom, MP3, FM, cartão de memória de 2 gigas entre outras coisas. Para completar o design é do consagrado Emmanuel Gueit, diretor de criação da GoldVish e responsável pelo design da Swatch.
O modelo "Le Million", esse aí da foto, é de ouro e cravejado com 120 quilates em diamantes perfeitos e custou a irrisória quantia de 1 milhão de euros. Só foram fabricados três unidades até agora, sendo que uma delas foi comprada por um milionário de Hong Kong e outra por um milionário russo. Alguém se habilita a adquirir a terceira?
E ainda tem gente que diz que o I Phone é caro. Que injustiça!

Para os mais modestos...

Mas, para os que tem o bolso mais modesto, há o Parfum VI, com 10 centímetros de altura, embalado em platina, ouro 24 quilates, rubis e diamantes, o frasco custa a bagatela de US$ 96.500.
A inspiração do perfumista Arthur Burnham foi o Rolls-Royce Silver Phantom Six, do qual herdou o nome (Six). A famosa fabricante de carros de luxo produziu inclusive a caixa em que ele vem acondicionado.

Cheiro de coisa boa.

Este é o perfume que desde o final do ano passado vem encantando - esse sim - as estrelas do mundo daqueles que de quase nada precisam. Ele vem acondicionado em rico frasco de cristal baccarat, adornado com diamantes e raspas de ouro. A fragrância foi criada pelo perfumista Clive Christian e de tão exclusiva, a edição Imperial Majesty Nº 1 For Women precisa ser encomendada. O perfume foi usado pela atriz Katie Holmes no dia de seu casamento com o ator Tom Cruise, apenas para citar uma celebridade que aderiu ao aroma especial e único.
Alguns compradores consideram o Imperial Majesty pela sua singularidade, um verdadeiro investimento.

Tuesday, 20 May 2008

Dias muito estranhos.

Cada tempo tem seus homens, seus símbolos, seus heróis. O norte-americano Edward Kennedy, Senador Democrata pelo Estado de Massachusets é um deles. Ted é o último irmão vivo do ex-Presidente John Fitzgerald Kennedy, assassinado em 22 de novembro de 1963. Outro de seus irmãos, o Senador Robert Kennedy, foi assassinado em 5 de junho de 1968, quando fazia campanha para a eleição presidencial.

Eleito pela primeira vez em 1962, Ted Kennedy ostenta o segundo lugar em permanência na Câmara Alta, com 45 anos no exercício desse cargo, após Robert Byrd, pela Virgínia Ocidental. O Senador tem forte influência no Partido Democrata e no Congresso, é um crítico feroz do presidente George W. Bush e apóia o pré-candidato Barack Obama.

Eu não gostaria de falar sobre isso, mas fazer o que? Foi revelado hoje que ele tem um tumor maligno no cérebro. Um choque para os que, como eu, acompanharam a trajetória dessa família, sempre permeada pela tragédia e a dor.

Em dias em que perdemos o Papa João Paulo II e Luciano Pavarotti, Paulo Autran e Zélia Gattai, a perspectiva de perdermos Ted Kennedy é mais uma lacuna que se abre no imenso abismo deste início de século, onde o que tem valor está se perdendo, ante o massacre violento da mediocridade e da mesmice. São dias muito estranhos. O mundo está precisando ser repensado. Nossa maior crise não é outra senão uma profunda crise de valores.

Saturday, 26 April 2008

Até qualquer dia.

Eu nunca gostei de despedidas...

Sempre achei que fica aquele travo na boca como se algumas palavras que devessem ter sido ditas não tivessem sido. Fica aquele nó que não desata, de uma garganta que não ousa um balbucio sequer. Não diz palavra quem se despede. E por mais que tenha dito, de nada vale para quem fica quando percebemos que tudo é finito nessa fagulhar existência. É uma inexplicável inércia. Relógios que param. Nada além disso.

Quem vai deixa sempre uma sensação de solidão, de vazio sem fim, que pensávamos só existir nas páginas da literatura. Não é bem assim, diz o autor. A vida imita a arte diz o poeta. E ficamos aqui nós, sofrendo mais do que quem se foi, perplexos naquele entreolhar febril e um arrepio desconhecido de abandono e dor. Quando alguém se vai, sem dizer adeus, ficamos com uma sensação de orfandade. Desgarrados que ficamos de quem se vai sem olhar para trás.

Hoje todos nós estamos assim. Olhar perdido num horizonte insondável, numa Fortaleza muda que foi uma paixão incalculável, nessa vida de turbilhões e furacões que aqueles que desafiam a natureza tão bem conhecem. Nesse dia nem deveríamos estar. Bastaríamos ser para sentir o coração amargurado de impotência, o espírito pálido de espanto, um torpor estranho de quem foi tomado pelo braço e atirado no escuro. Estamos cegos de ausência.

Eu nunca gostei de despedidas...
Mas quem se vai, assim, sem dizer porque, não fecha mala, não leva bagagem, não desliga o laptop, não deixa mensagem no celular, voa pra longe sem pegar avião. É por um instante pássaro, quem viveu de sonho e tinta num delírio psicodélico de Van Gogh.

Que saudade estamos nós vivendo, em mais essa prenda que nos prega essa vida... Ficamos aqui cismando sobre esta elipse desassombrada e malabarista que desferiu um daqueles homens que fazem da história uma aventura fantástica, liberta, plural, ousada, interminável, sem dúvidas ou sofismas, derramada de paixão de tal forma, que nem a morte pode estancar.

Mas quer mesmo saber? A verdade é que eu nunca gostei de despedidas... Até qualquer dia então.

Para Demócrito Dummar.

Demócrito Dummar.

“Eu amo o que eu faço, faço com paixão, devoção e com dedicação. E olhando sempre o que eu posso fazer de bem pelo outro, porque sem querer a gente faz bem para si próprio também”.
Demócrito Dummar (1945-2008)

Tuesday, 15 April 2008

Parabéns meu irmão.

Hoje foi uma correria daquelas. Mil afazeres. Tempo curto. Mas hoje é aniversário do Guto Freitas. Um irmão que Deus me deu de presente. Não poderia deixar de passar por aqui para registrar essa data. E eu gosto de falar sobre essas coisas porque sou assim mesmo. Absolutamente publicável. Sem emendas ou rasuras. Por isso escrevi o que se segue para comemorar esse dia - que espero, se repita indefinidamente - com os que lêem meu blog. Parabéns Guto. Que Maria, Nossa Mãe, possa estar sempre pelo seu caminho.
IMENSAMENTE, AMIGO.
O Guto é imenso. É enorme. É grande em todo o espaço de sua alma. Guto é avarandado. Tem um espírito que conhece bem as dores do mundo. Nem sempre porque as tenha, mas simplesmente porque consegue se transmutar para o lugar do próximo e é sempre solidário com quem precisa.

Eu disse... O Guto é imenso.

Gargalhada que estronda, voz que deixa repleto, abraço que abriga, mãos que acolhem, coração do tamanho do céu. Maior que ele as vezes. Nem cabe dentro do peito. Esse é o Guto. Um sujeito que voa, que soa, que entoa, que consegue ir do popular ao erudito nas partituras dessa vida sem perder a sutileza dos divinos. O Guto é um sujeito que toca. Toca cada um de nós. Toca profundamente porque sente que é sendo transparente que a gente se dá. E ele sempre se dá por inteiro. Sem meias palavras, sem meios termos, sem meios gestos, sem meios amores. O Guto só sabe amar se amar completamente. E assim ele vai festejando essa viagem, embarcando em cada estação, subindo e descendo em cada cidadezinha, conhecendo gente, sem reservas, sem pruridos, ensinando e aprendendo como criança travessa que tudo experimenta.

O Guto é desse jeito. Muito ao mar e muito a terra. É sol, é chuva, é preto, é branco. Guto é Paris, é Fortaleza, é Santana do Cariri, é Veneza. Guto é assim. Imensamente amigo. Guto é total...

Eu não disse que o Guto é grande?

Sunday, 13 April 2008

Para completar a festa.

E para completar a festa, a nossa Miss Ceará, Vanessa Vidal, foi eleita a segunda mulher mais bonita do Brasil. Por muito pouco, pouquinho mesmo, não ganha o consurso de Miss Brasil. É linda, tem enorme carisma e carrega em si a energia positiva do nosso povo.
A primeira miss com necessidades especiais, nos representou com toda a majestade que nossa terra merece. É uma vitoriosa, na vida e na passarela. Parabéns Vanessa. Teus súditos, orgulhosíssimos, agradecem.

E o Rei cantou pra gente.

Fortaleza, a loura desposada do sol, teve em seu aniversário um rei aos seus pés, a lhe cantar parabéns!
Acabou agora o show de Roberto Carlos no Aterro da Praia de Iracema. Sensacional! Em clima de absoluta paz, o rei cantou todos os seus sucessos, levantou a platéia de milhares de pessoas, retribuiu a recepção com seu carisma inigualável. Um grande presente que a Prefeita Luiziane Lins deu aos fortalezenses nativos e adotivos.
Mas o ponto alto da festa foi quando ele cantou "Como É Grande O Meu Amor Por Você, Fortaleza", num momento de imensa emoção para os filhos dessa terra que ali estavam. Vi gente chorando, casais de idosos se abraçando, jovens se beijando, pessoas que nem se conheciam se parabenizando, lágrimas vertendo para todos os lados, verdadeiramente inesquecível.
Fortaleza merece tudo isso e muito mais!

Hino de Fortaleza.

E para que todos nós daqui desta cidade esparramada de acolhimento e carinho pelos seus filhos, ou por aqueles que chegam e sempre são adotados, transcrevo agora, para que sempre lembremos, o Hino de Fortaleza, que em seus versos tão bem retrata esse lugar ímpar e extraordinário.
HINO DE FORTALEZA
Letra: GUSTAVO BARROSO
Música: ANTÔNIO GONDIM

I.

Junto à sombra dos muros do forte
A pequena semente nasceu.
Em redor, para a glória do Norte,
A cidade sorrindo cresceu.
No esplendor da manhã cristalina,
Tens as bênções dos céus que são teus
E das ondas que o sol ilumina
As jangadas te dizem adeus.
Refrão
Fortaleza! Fortaleza!
Irmã do Sol e do mar,
Fortaleza! Fortaleza!
Sempre havemos de te amar

II.
O emplumado e virente coqueiro
Da alva luz do luar colhe a flor
A Iracema lembrando o guerreiro,
De sua alma de virgem senhor.
Canta o mar nas areias ardentes
Dos teus bravos eternas canções:
Jangadeiros, caboclos valentes,
Dos escravos partindo os grilhões.
(Refrão)

III.
Ao calor do teu sol ofuscante,
Os meninos se tornam viris,
A velhice se mostra pujante,
As mulheres formosas, gentis.
Nesta terra de luz e de vida
De estiagem por vezes hostil,
Pela Mãe de Jesus protegida,
Fortaleza és a Flor do Brasil.
(Refrão)

IV.
Onde quer que teus filhos estejam,
Na pobreza ou riqueza sem par,
Com amor e saudade desejam
Ao teu seio o mais breve voltar.
Porque o verde do mar que retrata
O teu clima de eterno verão
E o luar nas areias de prata
Não se apagam no seu coração.
(Refrão)
Viva Fortaleza! Que Nossa Senhora da Assunção te abençoe.

Gustavo Barroso falou para mim.

Gustavo Dodt Barroso, ou simplesmente para nós cearenses, Gustavo Barroso, nasceu em Fortaleza em 29 de dezembro de 1888. Era advogado, professor, político, contista, folclorista, cronista, ensaísta e romancista.
Escreveu coisas maravilhosas sobre a nossa terra e os costumes de nosso sertão. Falou sobre a bravura dos homens e mulheres do Ceará e deixou uma obra de mais setenta livros dos mais variados assuntos.
Mas Gustavo Barroso entre tantas coisas escreveu o lindo e comovente hino de Fortaleza que está comemorando hoje 282 anos, tendo sido fundada em 13 de abril de 1726. Do hino, a última estrofe parece falar especialmente para mim, que tanto tempo estive longe de minha terra querida. Assim são os versos:
"Onde quer que teus filhos estejam,
Na pobreza ou riqueza sem par,
Com amor e saudade desejam,
Ao teu seio o mais breve voltar.
Porque o verde do mar que retrata
O teu clima de eterno verão,
E o luar nas areias de prata,
Não se apagam no seu coração".
É como se o poeta estivesse olhando para mim.

Saturday, 12 April 2008

Ecocidadania.

Cidadania é hoje palavra de ordem. A ela soma-se ecologia. Um dever de todo o mundo civilizado.

Aqui mesmo, no Ceará, uma empresa têm se destacado no cumprimento de uma importante meta ambiental da maior importância. A Coelce com seu programa Ecoelce traz números alentadores na reciclagem de materias que devem retornar a natureza após o adequado beneficiamento, feito de forma técnica e criteriosa.

Nas contas de energia elétrica a Coelce vem fazendo um balanço parcial desse exercício cidadão. São mais de 222 toneladas de plástico recicladas, mais de 522 toneladas de metal, mais de 238 toneladas de vidro e mais de 589 toneladas de papel recicladas. E o mais importante: isso tudo significa a preservação de 24 mil árvores, 59 mihões de litros d´água e 30 mil famílias cearenses beneficiadas.

Não é à tôa que o Ecoelce foi eleito uma das 25 maiores inovações brasileiras da última década, em pesquisa Monitor Group/Exame.

Que tal outras empresas seguirem esse exemplo? A natureza penhoradamente e feliz, agradece.

Monday, 7 April 2008

Francis Bacon.

"A verdade é filha do tempo, não da autoridade".
Francis Bacon (1561-1626), filósofo inglês.

Champagne precioso.

A empresa Pernod-Ricard lançou o champagne mais caro do mundo, um Perrier-Jouet, vendido por caixa de 12 garrafas a 50 mil euros (US$ 77 mil), sinal do êxito crescente dessa bebida de luxo no mercado internacional. A garrafa sai a 4.166 euros (US$ 6.420) e supera o recorde anterior de uma série limitada de 10 garrafas da Dom Perignon (grupo LVMH), que foram vendidas a 4 mil euros (US$ 6.160) durante o Festival de Cinema de Cannes de 2005.
Esta série especial será distribuída unicamente nos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Japão, China, Rússia, Suíça e França. A Pernod-Ricard, segundo grupo mundial dos vinhos e licores, voltou em 2005 ao setor do champanhe ao passar a controlar as marcas Mümm e Perrier-Jouet depois de adquirir a britânica Allied Domecq. A empresa ocupa o quarto lugar neste mercado mundial, com 338,7 milhões de garrafas vendidas em 2007.

Friday, 21 March 2008

Andy Williams.

A minha infância foi extremamente musical. Tínhamos trilha sonora para tudo. Parecia um filme. Uma Hollywood em plena Fortaleza. Uma atmosfera fascinante.
Em meio a esses sons estava uma voz, única, impressionante em sua doçura e afinação. Chama-se - pois graças a Deus ainda está vivo - Andy Williams. Esse homem cantou da melhor forma o clássico Moon River, interpretou de maneira particular Your Song de Elton John, embeveceu gerações com sua gravação de Can't Help Falling Love. É sensacional.
Ronald Reagan, presidente dos Estados Unidos, o declarou "Tesouro da América" e ele realmente o é. Quando Bob Kennedy morreu, ele cantou The Star Spangled Banner - o Hino Nacional Americano - na cerimônia dos funerais. Numa terra de cantores do quilate de Sinatra e Bennett, Andy Williams é um símbolo daquele lugar. Hoje aos oitenta e um anos, Howard Andrew "Andy" Williams, continua fazendo apresentações com sua orquestra e morando em Branson, Missouri, onde tem um restaurante e um teatro.
Se você já conhece sabe do que estou falando. Se ainda não ouviu, procure ouvir, porque Andy Williams é um nome singular, que o tempo se encarregará de levar e nunca mais ouviremos similar. Ele faz parte de dias que não voltam mais.

Ser cearense.

“Triste coisa é a terra alheia”.
Juvenal Galeno


Somos um povo que desafia a viola, num repente, mestres do improviso como quem implica com a própria vida. Renitente, resistente, penitente, é assim que somos cearenses. Ouvimos os rangidos, os lamentos, os gritos soltos nas feiras, a cantiga dos que se retiram, mouros do sertão embrasado, do menino atuzigado pelo rame-rame da roldana, no poço quase vazio.

Somos assim, sem fronteiras, desbravadores do desconhecido, desassombrados, assanhados, sem qualquer acanhamento para pelejar noites a fio. Temos um sangue nas veias permeado de sonhos e sal, de mar e velas, jangadas e algodão. Temos as melodias do reizado, dos congos ancestrais, de maracatus dolentes. História contada em cordéis infinitos.

O cearense se reconhece no olhar, numa cumplicidade única em meio a tantos povos. Conhecemos-nos pelo dialeto, pela forma de tratar afável, pela bravura indomável, fé inabalável, muito embora a paisagem esturricada de vez em sempre diga não. Por isso achamos bonito aquele tempo chuvoso, que deixa passarinho nervoso procurando abrigo, pois sabem que quando o céu está negro a tempestade vem à galope que é pra gente festejar no terreiro, correndo na areia molhada, tomando banho de bica que escorre do avarandado.
Temos a delicadeza das dunas, o colorido das areias nas garrafas, os fios rendados nos bilros e labirintos, os mares de um verde sem fim, rompemos paradigmas, contradizemos predições, desconstruímos conceitos, fundamos códigos, fazemos verdade. Jangadeiros que enfrentam ondas e borrascas. Recarregamos em nossas praias a energia ensolarada de redes que balançam, de conversas que embalam, de amigos que se encontram. Vamos e voltamos como quem busca reencontrar a nós mesmos. Nossos caminhos, por mais longos que sejam, terminam nesta terra de abraço carinhoso e inexplicável beleza.

Fugimos dos padrões, as convenções nos assustam, renovamos pensamentos, adubamos movimentos, somos um moto contínuo, uma raça esquisita, de mulheres mais que bonitas, fortes, morenas, decididas.

Somos um povo de homens de brio, de vergonha na cara, de sorriso que escancara, que jamais recua, que não contém o avanço, que não conhece descanso, sempre a lutar por mais um dia.

O Ceará é assim. Um povo que libertou seus escravos antes do Brasil. Que escreveu sua história com ternura e fogo. Um mar de contrastes sem parelha, de paisagens e delírios, de vertentes e correntes, de coragem e sonhos. É lugar de gente boa, povo macho, pujante, feliz. Um celeiro de personagens.

Wednesday, 19 March 2008

19 de Março. Dia de São José.

Hoje é dia do Padroeiro do Ceará, São José, pai de Jesus, O filho de Deus. Se nesse dia chove é prenúncio de bom inverno. Orações ao alto. Choveu ainda há pouco. Faz-se festa no sertão. Vem do céu o que nossos homens e mulheres precisam. Amém.

Voltaire.

"Posso não concordar com nenhuma palavra que diz,
mas defenderei até a morte o direito que tem de dizê-las".

François-Marie Arouet (1694 - 1778), conhecido como Voltaire. Poeta, ensaísta, dramaturgo, filósofo e historiador iluminista francês.

Morrer jovem.

Morrer jovem é muito esquisito. É de uma ironia sem graça. De um espanto em que não cabem argumentos. Morrer jovem é muito estranho. Mesmo porque juventude é coisa relativa, num mundo em que Einstein já não está aqui para explicar.

Morrer jovem é como interromper uma música. É como cortar um filme ao meio, rasgar as páginas de um livro pra não se saber o final. É roubar de cena um ator em seu momento mais fantástico, em seu grande ato, sua cena mais brilhante. Porque morrer jovem é injusto. Injusto com as leis da natureza. Injusto com os que partem. Muito mais injusto com os que ficam. Pois saudade é morte lenta, passo-a-passo, emudecida, olhos cerrados, quase sem respirar.

Quem morre jovem não tem o que dizer. Vai calado, sem dizer palavra, num silêncio intrigante. Não tem quase história pra contar, não tem quase passado, não terá futuro. Quem morre jovem, seja qual for a forma, tem morte súbita. Porque é de repente se morrer jovem. Fica aquela sensação de poder ter feito mais. Poder ter dito mais. Aquela frustração de quem perdeu o jogo de sua vida.

Morrer jovem é contabilizar ao contrário. É descontar, é subtrair somente. É contar os abraços que deixou de abraçar, os beijos que não deu, as obras que não realizou, os sonhos que não viveu, a formatura que não aconteceu, o carro que queria e não veio, a namorada que amava demais da conta e que não deu conta de que você se foi. Morrer jovem é mais triste, porque a velhice é o que se espera e a juventude apenas vai acontecendo e a gente sempre se achando bem, se sentindo forte, audaz, capaz, feliz. Quando se morre jovem, se desdiz tudo o que tinha de haver. É a contramão da história. A volta de uma viagem que nem sequer chegou a existir.

Morrer jovem é não ter tempo. Não conseguir conhecer a beleza, não dar satisfação, não explicar, não dar até logo, ir direto ao adeus. Morrer jovem é mal educado, é nem pedir licença para levantar e sair. Morrer jovem é não aparecer no compromisso, é marcar a reunião e não ir. É fazer todo mundo de bobo. Dar um drible nos amigos, nos parentes, no cachorro. Morrer jovem é faltar a tudo que estava na agenda e se perdeu no ar. Morrer jovem é deixar para trás. É uma ida sem volta. Uma deslealdade. É ir a uma guerra e nunca mais voltar. É esperar por quem não vem. Morrer jovem é uma traição da vida em conluio com a morte. É uma armação para desesperar mães. É um desafio. Um fustigo. Morrer jovem é um deboche abominável.

Difícil retorno.

Quem disse que retornar é fácil? Não é não. A volta é penosa, carece de disciplina, precisa, para que aconteça, que possamos nos preparar para vestir outra vez a roupa que estava esquecida no armário. Bater a poeira, espantar o comodismo e porque não dizer, se desacovardar de escrever o que pensa e da forma que gosta.
E assim é que se processa tudo nessa vida. Um pouco de ousadia. Uma dose de vontade. Uma inquietação que provoca.


Saturday, 19 January 2008

Hoje na história: Howard Hughes.

Foi em 19 de Janeiro de 1937, que Howard Hughes estabeleceu um recorde de vôo transcontinental ao voar de Los Angeles à Newark (New Jersey) em 7 horas e 28 minutos. Howard Hughes (1905-1976) foi aviador, engenheiro, industrial, produtor de cinema, diretor cinematográfico, playboy e um dos homens mais ricos do mundo.
Ainda em 1937, foi eleito o melhor aviador do mundo ao conquistar o Harmon International Trophy e é homenageado pelo Presidente Roosevelt na Casa Branca. No ano seguinte, estabeleceu um novo recorde, desta vez ao dar à volta do mundo em 3 dias, 19 horas e 17 minutos. Durante o vôo bateu o recorde anterior de Charles Lindbergh de New York a Paris pela metade.
Hughes morreu no México em 5 de Abril de 1976, solitário e em estado físico e mental deplorável, fruto de uma enfermidade psíquica chamada microfobia. Irônicamente ele se foi à bordo de um avião, quando fazia o percurso Acapulco-Houston para tratamento de saúde.