Monday, 31 December 2007

Reveillon.

Quis começar um ano diferente. Despojado de excessos, asséptico, limpo em minha essência, em silêncio voluntário, quase sacro, como uma igreja vazia até de mim. Quis romper uma fita reinaugurando a vida. Reiniciando do começo, engatinhando a alma para me ver crescer melhor, com mais temperança e menos gula. Com mais serenidade e menos ânsia. Sem aqueles atropelos que servem de desculpas para errar tanto. Quis começar um ano num longo banho de água corrente, deixando escorrer as mágoas que porventura tenham teimado em ficar, deixando ir-se até a derradeira gota de rancor e de insatisfação com o que passou.

Quis passar a página, cessar o capítulo, fechar o livro do passado e abrir as páginas do futuro, com aquele cheirinho característico de coisa nova, sem bolor, ou poeira fina que esconde o brilho. Foi assim que quis fazer.

Resolvi que nos dias que virão, por todos os possíveis, tentarei ir tirando as vestes sombrias, me despindo daquilo que me traz sofrimento, tentando por os pés nus no chão, sem reservas, sem aqueles melindres dos cuidadosos ao extremo. Quero trajar estampados, floridos, jardins cem por cento algodão. Quero me aventurar mais, brincar na neve, correr nos campos, pegar as alfazemas nas mãos, perfumar minha varanda, abrir-me para o espaço, desmedidamente, como que me atirasse inteiro na luz. É assim que quero ser.
Quero sentir a brisa de olhos fechados, deixar cair a chuva percebendo o cheiro de mato encharcado, quero olhar para o céu estrelado, constelações inteiras para ofertar a quem amo de verdade. Com o espírito repleto de meninices que o tempo me fez esquecer e que ficaram guardadas nos escaninhos de minha existência. Quero estar pleno, para poder dividir. Obstinado para poder somar. Sábio para poder multiplicar. Compreensivo para poder subtrair. Fazer as quatro operações dessa matemática inventiva e simples que a vida nos ensina e que, arredios, muitas vezes não queremos aprender. Pois de que é feita essa passagem senão de diversos minutos que podem se eternizar pelo sentimento, por aquilo que vai em nosso coração? De que é feita essa vida senão de amores sem fim, paixões enlouquecidas, sorrisos fartos, abraços apertados de bem querer, mãos estendidas para pegar o outro no ar, fé inquebrantável, orações ao alto, palavras que afagam? É assim, decerto, que daqui adiante quero ser.

Ser como criança, desassombrada, que balança solta, sem quedas na mente, sem pruridos tolos, com aquela inocência que brota dos olhos com especial fulgor. Quero ter a alegria insensata dos carrinhos pequeninos, das fantasias e sonhos sem fim, do rever o que importa e que foi sendo deixado pelo caminho. Pois o que vale mesmo dessa lida é poder ter dentro de si a esperança de um grande reencontro, quando todos nós estaremos em volta de uma mesa, no banquete divino que celebra a liberdade, a ternura e o para sempre. Afinal, deve se saber que o que vale não é a chegada, mas o caminho que percorremos até aqui.

Sunday, 23 December 2007

Adeus Dom Aloísio...

Nada o intimidava, apesar do olhar sereno próprio daqueles homens que tem metade anjo em sua alma. Enfrentou ameaças de toda sorte, baionetas militares, lutou pelos direitos humanos, falou em nome daqueles que viviam o silêncio da opressão.

Um episódio é substancialmente emblemático na vida de Aloísio Leo Arlindo Lorscheider, Dom Aloísio para quem o viu passar por Fortaleza, de 1973 até 1995.

Lembro-me claramente que em março de 1994, o Cardeal foi vítima de um inominável ato de violência. Ele fazia uma de suas rotineiras visitas matutinas ao Instituto Penal Paulo Sarasate, em Fortaleza, onde assistia as condições em que viviam os detentos. Enquanto discursava no auditório insalubre, a luz apagou e uma repórter, Adriana Saboya, que acompanhava a visita, ouviu vozes na platéia. Tudo indicava que os presos estavam conspirando. Segundos depois, dois deles dominaram D. Aloísio e instauraram uma rebelião. Arrastado para debaixo de uma mesa, a primeira coisa que o Cardeal fez foi pedir aos rebelados que fosse o último refém a ser libertado. Pedido atendido, mas somente dezoito horas depois. Menos de um mês depois do episódio, lá estava de volta o bravo Cardeal, ao mesmo presídio, em condições semelhantes, desta vez para celebrar a cerimônia do lava-pés nos detentos. Esse era o Aloísio que conhecemos. Um bravo homem do Senhor.

Tive a grata e honrosa oportunidade de conviver com ele por algum tempo na Rádio O Povo, quando coordenava a FM daquele Sistema e o via proferindo a Ave Maria todos os finais de tarde, sempre com uma palavra de alento aos que mais precisavam, com um afago aos desvalidos. Foi o único brasileiro até os nossos dias a receber votos num conclave para escolher um papa, o que aconteceu em 1978, na eleição de João Paulo I, que votou em Dom Aloísio até o derradeiro escrutínio.

Hoje Dom Aloísio não está fisicamente entre nós. Partiu logo cedo, às cinco e meia da manhã. Mas a saudade que sentimos certamente será aplacada pela mensagem que deixou, afinal, um homem é sua obra e a de Dom Aloísio é das mais benévolas que podemos ter conhecido.

Wednesday, 19 December 2007

Versace, o atemporal.

A Medusa virou marca do designer italiano, natural de Reggio Calábria, Gianni Versace, desaparecido em 1997. Ainda em vida, Versace criou para Rosenthal um dos mais elegantes serviços de mesa de nossa época com decorações luxuosas. A inspiração para as coleções em porcelana e cristal é derivada de diferentes culturas, períodos de tempo, espaço e história, com motivos gregos, barrocos e russos, entre outros.
O encontro Rosenthal - Versace se deu em 1993, dando início a uma parceria com o estilista. No mundo todo seu nome simboliza o luxo, a aliança refinada do clássico com a vanguarda.

Hoje na história: Rubem Braga.

Em 19 de Dezembro de 1990, Rubem Braga nos deixava. Findava-se assim a vida de um dos maiores cronistas brasileiros.
Rubem Braga, natural de Cachoeiro do Itapemirim (ES), tinha o dom de imortalizar o cotidiano. Conseguia, de maneira inigualável, transformar um texto jornalistico em crônica. Desde que surgiu para a literatura, na década de 30, o "Sabiá da Crônica", como o chamava Stanislaw Ponte Preta, encantou o leitor brasileiro. Retratando com limpidez o complexo cotidiano do país, Rubem Braga dava à crônica brasileira uma nova dimensão que somente os grandes escritores sabem dar: a universalidade.
O último plano de Rubem, simples e perfeito como os que organizaram sua obra, seria colocado em prática dias após sua morte: a cremação em São Paulo. Certamente seus amigos lembraram-se de uma pequena crônica sua, chamada "Berço de mata-borrão", onde Rubem conta sua curiosa pesquisa atrás da melhor maneira de se fazer cremar. A bem-humorada crônica expõe o lado metódico e precavido do autor, que, dois dias antes de sua morte, reuniu os amigos na sua cobertura em Ipanema, Rio de Janeiro, no que todos entenderam como uma despedida.
Sobre sua partida escreveu certa vez:
"Sempre tenho confiança de que não serei maltratado na porta do céu, e mesmo que São Pedro tenha ordem para não me deixar entrar, ele ficará indeciso quando eu lhe disser em voz baixa: Eu sou lá de Cachoeiro..."

Dou-lhe uma...

E a cópia da Carta Magna da Inglaterra, um dos documentos históricos mais importantes do mundo, que estava sendo leiloada na casa Sotheby's, famosa casa de leilões - conforme noticiamos ontem -, foi arrematada na noite desta terça-feira em New York por US$ 21,321 milhões, cerca de R$ 38 milhões. O dinheiro arrecadado será destinado a atividades de caridade da Fundação Perot, detentora anterior da preciosidade.
O novo proprietário do documento é David Rubenstein, do Grupo Carlyle. Ele já anunciou a sua intenção de continuar mostrando o documento ao público no Arquivo Nacional de Washington, onde está em exibição já há mais de duas décadas.
A Carta Magna do Rei João Sem Terra, é considerada por uma corrente de historiadores, como a semente da Revolução Americana, sendo o manuscrito que consagrou os direitos do homem na legislação inglesa. O texto inspirou a paixão pela liberdade que floresceu nos Estados Unidos no XVIII Século e que permance até hoje em todo o mundo. Os princípios da Carta foram citados como justificativa da rebelião americana por John Adams, Benjamin Franklin, Alexander Hamilton, Thomas Jefferson e outros líderes políticos americanos.
O manuscrito medieval que foi leiloado ontem, foi redigido num pergaminho contendo 2.500 palavras em latim. É a única cópia do documento que existia nos Estados Unidos e a única em poder de entidades privadas. Esta é uma das duas cópias que estão fora da Inglaterra. A outra, também de 1297, pertence ao povo australiano e está na Biblioteca Nacional da Austrália.

Entre as maiores.

Entre as cem maiores cidades do Brasil, lá estamos nós - segundo o IBGE -, honrosamente em 12º lugar. Estamos à frente de Recife/PE, Vitória/ES, Belém/PA e Goiania/GO, só para citar alguns exemplos.
O estudo traz os valores adicionados da agropecuária, indústria e serviços, o PIB e o PIB per capita para os 5.564 municípios brasileiros, já segundo a nova base das Contas Nacionais, lançada em março deste ano.
Mas, se a pesquisa se referisse a índice de felicidade per capta, certamente estaríamos em primeiríssimo lugar absoluto, pois esta é uma característica ímpar de nossa gente.

Tuesday, 18 December 2007

Magna Carta.

Uma cópia da Carta Magna da Inglaterra, cujo nome completo é Magna Carta Libertatum seu Concordiam inter regem Johannen at Barones pro concessione Libertatum ecclesiae et Regni Angliae (Grande Carta das Liberdades, ou Concórdia entre o Rei João e os Barões para a outorga das Liberdades da Igreja e do Rei Inglês), considerada pelos ingleses como sua constituição, está a venda na Sotheby's, renomada casa de leilões britânica.
A Carta Magna inglesa original foi escrita pelo Rei João, conhecido como João Sem Terra e trata-se de um documento datado de 1215 que limitou o poder dos monarcas da Inglaterra, especialmente o do próprio rei, que a assinou, impedindo assim o exercício do poder absoluto. Resultou de desentendimentos entre o Rei, o Papa e os barões ingleses acerca das prerrogativas do soberano. Segundo os termos da Magna Carta, João deveria renunciar a certos direitos e respeitar determinados procedimentos legais, bem como reconhecer que a vontade do rei estaria sujeita à lei. Considera-se a Magna Carta o primeiro capítulo de um longo processo histórico que levaria ao surgimento do constitucionalismo.
Inglaterra, o império onde o sol nunca se põe, civilizada desde sempre.

Natal de chocolate.

Juntar a festa do Natal e o sabor do chocolate. Essa é a proposta da paulista Sweet Brazil. Como não há época no ano que acumule mais festas e encontros familiares, nada mais criativo e saboroso do que presentear aos que queremos bem com o melhor sabor que existe.
Vejam pela foto que maravilhas se pode fazer com essa unanimidade mundial.

Hoje na história: Taça Jules Rimet.

Em 18 de Dezembro de 1983 a Taça Jules Rimet, conquistada definitivamente pelo Brasil com o tri-campeonato mundial de futebol na Copa do México de 1970, foi roubada da sede da CBF. Feita de 1,8 quilo de ouro puro ela foi derretida pelos ladrões. Uma réplica autorizada tomou o seu lugar desde então.

Princess Diana.

"A vida é na maior parte espuma e bolhas, mas duas coisas prevalecem como pedra: bondade com os problemas alheios e coragem com os seus próprios."

Princesa Diana


Nennolina.

A Igreja Católica iniciou o processo de beatificação de uma italiana de 6 anos e meio que morreu em 1937 de câncer após uma "vida mística intensa". O anúncio foi feito hoje através de um comunicado do Vaticano e que tem a determinação do Papa Bento XVI para que se adiante a análise dos milagres de Antonietta Meo, apelidada de Nennolina.
A menina de Roma, que teve uma perna amputada por causa do câncer nos ossos, pode tornar-se a mais jovem beata da história da Santa Igreja Católica Apostólica Romana, sem contar os meninos "mártires" vitimados nas perseguições religiosas dos primeiros séculos do catolicismo.

Monday, 17 December 2007

Hoje na história: Flórida.

Em 17 de Dezembro de 1819 os Estados Unidos adquiriram a Flórida pondo em prática o projeto de expandir seu território após a declaração de independência do País. Os Estados Unidos compraram a Flórida da Espanha por 5 milhões de dólares.

Martin Luther King, Jr.

"Eu guardei muitas coisas em minhas mãos, e perdi todas; mas todas que coloquei nas mãos de Deus, essas eu ainda possuo."
Martin Luther King, Jr.

Sunday, 16 December 2007

Hoje na história: Ludwig Van Beethoven.

O compositor Ludwig Van Beethoven nasceu em Bonn, Renânia do Norte, Alemanha, aos dezesseis dias de Dezembro de 1770. Com toda a justiça, é considerado um dos pilares da música ocidental pelo incontestável desenvolvimento tanto da linguagem, quanto do conteúdo melódico demonstrado em obras seus quartetos de cordas, a nona sinfonia, suas últimas sonatas e outras peças.
Ludwig nunca teve estudos muito aprofundados mas sempre revelou um talento excepcional para a música. Com apenas nove anos de idade foi confiado a Christian Gottlob Neefe (1748-1798) que lhe deu a conhecer os grandes mestres alemães da música. Compôs as suas primeiras peças aos onze anos. Os seus progressos são de tal forma notáveis que em 1784 já era segundo organista da capela do Eleitor. Pouco tempo depois foi violoncelista na orquestra da corte. Em 1787 foi enviado para Viena para estudar com Joseph Haydn. Existem especulações históricas sobre um provável encontro entre Beethoven et Wolfgang Amadeus Mozart mais não existe nenhum fato histórico que possa comprovar esta hipótese.
Em 1792, mudou-se para Viena, e, salvo algumas poucas viagens que teve de fazer, permaneceu lá até o fim de sua vida.
Por volta de seus 24 anos (1794), Beethoven sentiu os primeiros indícios de surdez. Consultou vários médicos, inclusive o médico da corte de Viena, fez curativos, realizou balneoterapia, usou cornetas acústicas, mudou de ares, mas os seus ouvidos permaneciam enrolhados. Desesperado, entrou em profunda crise depressiva e pensou em suicidar-se. Em 1802, escreve o seu testamento aos seus dois irmãos vivos Karl e Johann: é o "Testamento de Heilingenstadt". Embora tenha feito muitas tentativas para tratá-la durante os anos seguintes, a doença continuou a progredir e, aos 46 anos (1816), estava praticamente surdo. Porém, ao contrário do que muitos pensam, Beethoven jamais perdeu toda a audição, muito embora não tivesse mais, em seus últimos anos, condições de acompanhar uma apresentação musical ou de perceber nuances timbrísticas.
Beethoven é um de meus compositores favoritos, autor de peças de um lirismo incontestável, lindas harmonias e melodias inesquecíveis. Para se tornar eterno bastaria que tivesse composto a Mondschein Sonate (Sonata ao Luar), uma das mais belas músicas que já tive oportunidade de ouvir.

Kaká. O nome do melhor.

Kaká arrebentou o Boca Juniors da Argentina e fez o Milan ganhar a final do Campeonato Mundial de Clubes por um placar de 4 a 2, tendo marcado um dos gols. Foi escolhido ainda o melhor do certame e é franco favorito para faturar, amanhã, o troféu de melhor jogador do mundo escolhido pela FIFA. Mas lembrem-se: a genética é tricolor. Aliás tricolores são os dois.

Saturday, 15 December 2007

Niemeyer. Ano 100.

Nascia em 15 de Dezembro de 1907 no Rio de Janeiro, o maior arquiteto brasileiro e um dos mais influentes na arquitetura moderna internacional, Oscar Niemeyer.
É responsável por paisagens memoráveis de nosso País, como o Complexo da Pampulha em Belo Horizonte, Minas Gerais e é claro, Brasília, Patrimônio Histórico da Humanidade, capital do Brasil. Apesar de estar completando centenário de vida, Niemeyer está na ativa e planeja inclusive construir um estádio de futebol para a Copa do Mundo de 2014 que vai se realizar em nosso País.


Invictus.

Particularmente gosto muito da poesia inglesa. Seu alinhamento realista e crítico sobre a vida me agrada demais. Trago hoje para vocês um poeta, William Ernest Henley (1849-1903), que, por ser editor, introduziu ao mundo diversos jovens autores, como Kipling, Wells e Yeats.
Ainda que seus versos sejam notados pela bravura e espirito desafiador, sua poesia podia ser igualmente delicada e lirica. Seus poemas mais famosos incluem England, My England e Invictus, que transcrevo logo abaixo para que possam conhecer um pouquinho deste escritor.
Do fundo da noite que me envolve
Escura como o inferno de ponta a ponta
Agradeço a qualquer Deus que seja
Pela minha alma inconquistável

Nas garras dos destino
Eu não vacilei nem chorei
Sob as pancadas do acaso
Minha cabeça está sangrenta, mas ereta

Além deste lugar tenebroso
Só se percebe o horror das trevas
E ainda assim, o tempo,
Encontra, e há de encontrar-me, destemido

Não importa quão estreito o portão
Nem quão pesado os ensinamentos
Eu sou o mestre do meu destino
Eu sou o comandante da minha alma.

Hoje na história: Pero Vaz de Caminha.

Pero Vaz de Caminha, escrivão da esquadra de Pedro Alvarez Cabral, navegador português que avistou terras brasileiras em 22 de Abril de 1500, é o responsável pela primeira impressão do que aqui foi encontrado. Seu relato em forma de carta ao Rei de Portugal, Dom Manuel I em 1º de Maio daquele ano, tornou-se célebre por ser uma emocionante narrativa sobre a nova terra que acabara de ser descoberta e é considerada uma espécie de "certidão de nascimento" do Brasil.
O trecho final é sobremaneira encantador e belo, e traduz com exatidão quase profética os destinos de nosso País. Disse assim Caminha:
"Esta terra, Senhor, parece-me que, da ponta que mais contra o sul vimos, até à outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste porto houvemos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas de costa. Traz ao longo do mar em algumas partes grandes barreiras, umas vermelhas, e outras brancas; e a terra de cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta é toda praia... muito chã e muito formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande; porque a estender olhos, não podíamos ver senão terra e arvoredos, terra que nos parecia muito extensa.
Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre-Douro-e-Minho, porque neste tempo d'agora assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem!
Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. E que não houvesse mais do que ter Vossa Alteza aqui esta pousada para essa navegação de Calicute bastava. Quanto mais, disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento da nossa fé!
E desta maneira dou aqui a Vossa Alteza conta do que nesta Vossa terra vi. E se a um pouco alonguei, Ela me perdoe. Porque o desejo que tinha de Vos tudo dizer, mo fez pôr assim pelo miúdo.
E pois que, Senhor, é certo que tanto neste cargo que levo como em outra qualquer coisa que de Vosso serviço for, Vossa Alteza há de ser de mim muito bem servida, a Ela peço que, por me fazer singular mercê, mande vir da ilha de São Tomé a Jorge de Osório, meu genro o que d'Ela receberei em muita mercê.
Beijo as mãos de Vossa Alteza.
Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500".
Pero Vaz de Caminha morreu em 15 de Dezembro de 1500, apenas alguns meses após ter pisado praias brasileiras. Tudo leva a crer que sua morte foi em combate na região de Calicute, durante um ataque muçulmano a feitoria daquele lugar.

O mais caro sal do mundo.

Esse mundo é feito de sutilezas e sabores infinitos. Em meio a esse mosaico cultural que é a gastronomia, um taco desse multicor universo chama a atenção: A Flor de Sal Defumada, que custa cerca R$ 375,00 o quilo. Mais caro que o sal comum umas quatrocentas vezes, esse sal guarda o sabor dos minerais e das algas do mar da Normandia, costa da França. Os cristais, sempre em pequenas quantidades, são defumados em barris de carvalho anteriormente usados no envelhecimendo de vinhos. Um blend que provoca o mais indiferente paladar. É uma especialidade única.

Friday, 14 December 2007

Hoje na história: Nostradamus.

Michel de Nostradame, nasceu em 14 de Dezembro de 1503 em Sait-Rémy-de-Provence, França. Foi médico, alquimista, - como grande parte dos que praticavam a medicina no XVI Século - que ficou famoso por sua suposta capacidade de vidência. Escreveu um livro de centúrias, versos codificados que seriam previsões do futuro.
Foi considerado como homem erudito, além de seu tempo e beneficiava-se com o fato de conhecer o latim e o grego fuentemente, que possibilitava obter conhecimentos de fontes importantes. Sua vasta cultura, conhecimentos de astrologia e astronomia aliado a sua intuição privilegiada, permitiam um raciocínio bastante acurado a respeito do futuro. De qualquer forma, gerou um impacto em milhões de pessoas que vem entrando em contato com seus escritos nesses quase quinhentos anos.
Suas profecias compõem-se de quadras em versos métricos decassílabos, reunidas em grupos de cem, dai o nome de centúrias. Foram publicadas em várias ocasiões. Uma pequena parte em 1555, outra em 1557, sendo que das três últimas centúrias conhecemos apenas edições póstumas.
Pesquisadores respeitados de Universidades muito consagradas como Ottawa, Cambridge e Sorbonne desenvolveram uma teoria de que as quadras de Nostradamus se baseavam em fatos históricos anteriores à sua obra e inspiravam as quadras, portanto, não havendo contidas nelas qualquer teor de previsão ou clarevidência.

New York, New York.

Justa homenagem. Frank Sinatra agora é selo postal nos Estados Unidos.
Os famosos "old blue eyes" estarão em um selo que será lançado dez anos após a morte do cantor norte-americano, anunciou nesta quarta-feira - dia 12 de Dezembro - o Serviço Postal dos Estados Unidos. Os filhos de Sinatra, Nancy, Frank Jr. e Tina, participaram da cerimônia de lançamento do selo, que traz o cantor usando seu conhecido chapéu de feltro e estampando seu corriso inconfundível.
O selo, que será distribuído na próxima primavera boreal, foi apresentado à imprensa no dia em que Sinatra completaria 92 anos.
"Nosso pai amava este país. Este seria um de seus dias mais felizes", destacaram os filhos do cantor.


Wednesday, 12 December 2007

Sabor milionário.

Esta belezura aí da foto é a torta Golden Bon Vivant. Ela custa R$ 33.000,00 e é servida num hotel de Lancashire, na Inglaterra. A Golden pesa 8 quilos e é recheada com carne de Kobe, um boi muito especial criado no Japão, trufas e cogumelos matsutake. O preço inclui um molho feito com vinho Château Mouton Rothschild 1982 e duas garrafas de Champagne. Que se habilitem os paladares mais apurados e os bolsos mais fartos, of course!

Hoje na história: Collor de Mello.

Em 12 de Dezembro de 1994, o ex-presidente Fernando Collor de Mello e PC Farias foram absolvidos do crime de corrupção passiva, depois de 30 horas de julgamento. Por cinco votos a três, os ministros do Supremo Tribunal Federal julgaram improcedente a denúncia do procurador-geral da República, Aristides Junqueira, alegando falta de provas.
As provas apresentadas pelo procurador Aristides Junqueira constavam de: uma gravação em que PC Farias revela ter cobrado da Mercedes-Benz uma doação para a campanha do ex-deputado Sebastião Curió, em 1990; disquetes de computador apreendidos pela Polícia Federal na Verax, uma das empresas de PC, com os registros da movimentação financeira do esquema de corrupção; e os cheques emitidos pelos fantasmas de PC e depositados na conta da secretária, Ana Acioli, entre outras.
A tese da ausência de "ato de ofício" - qualquer documento comprometedor assinado por Collor quando presidente - levantada pelo advogado de defesa, Evaristo de Moraes Filho, enfraqueceu a acusação de corrupção passiva. Derrotado, o procurador Aristides Junqueira não escondia sua indignação. Já Evaristo de Moraes, mostrava-se radiante e proclamou: "A vitória não é do acusado, mas da democracia, porque se mostrou que nem o presidente está imune a um processo".

Cold Case. Você precisa ver.

Casos que pareciam indissolúveis voltam à tona e são elucidados, após muitos anos de mistério, pela equipe chefiada pela Detetive Lilly Rush (vivida por Kathryn Morris) e seu parceiro, Detetive Scotty Valens (vivido por Danny Pino). Esse é o fio condutor do sensacional seriado intulado Cold Case, no Brasil, Arquivo Morto, que vai ao ar todos os domingos pelo SBT.
A série tem como ambiente a cidade de Philadelphia na Pensilvania e teve sua estréia em Setembro de 2003 pela rede americana CBS e logo ganhou noriedade pela qualidade das tramas e produção impecável do consagrado Jerry Bruckheimer. No Brasil está sendo exibida a 3ª temporada com episodios inéditos para televisão aberta. A 4ª temporada acabou em junho desse ano na Warner Channel e a 5ª está prevista para começar no Final de 2007.
Se você já viu sabe como é bacana. Se ainda não viu não sabe o que está perdendo.

Tuesday, 11 December 2007

Hoje na história: Empire State Building.

Em 11 de Dezembro de 1929 foi anunciado a construção do Empire State Building. Localizado na 5th Avenue de New York, Estados Unidos da América, este edifício foi concebido pelo arquiteto William Lamb. O prédio foi construído em apenas quatorze meses e inaugurado no dia 1 de Maio de 1931. Mede 381 metros de altura e tem 102 andares. Com a antena de tv que se colocou depois, chegou a 448 metros, e era na época da sua construção o maior edifício do mundo.
No total, são dez milhões de tijolos, 6,5 mil janelas e 73 elevadores. As escadas entre o térreo e o último andar têm 1860 degraus. Cerca de 2,5 milhões de visitantes passam por seu observatório todos os anos. Foi escolhida pela Sociedade Americana de Engenharia Civil como uma das sete maravilhas do mundo moderno. Para construir as fundações foi removida uma quantidade de solo equivalente a três quartos do peso do próprio edifício. Na sua estrutura metálica foram empregadas 58 mil toneladas de aço. Se o material empregado na construção do edifício tivesse sido trazido ao local por um trem, quando a locomotiva chegasse o último vagão estaria a 90 quilômetros de distância.
Um projeto inteligente permitiu que o Empire State fosse construído em tempo recorde. Em cada laje, uma rede de vigas horizontais de aço dava suporte ao concreto enquanto ele adquiria resistência. Eram três mil homens, trabalhando todos os dias, que terminaram a construção em menos de 15 meses.
Esses são apenas alguns números desse gigante de aço, vidro e concreto, símbolo de New York, uma das cidades mais importantes do planeta.

Educar para não punir.

Educar para não punir. Essa é uma máxima na qual devia residir a filosofia de alguns órgãos públicos. Já se disse algumas vezes que, se tivéssemos mais escolas, poderíamos ter menos presídios. É a pura verdade.

Em Fortaleza, essa cidade tão linda de se viver, ocorrem situações que causam espécie em quem é vítima ou simplesmente a quem assiste as arbitrariedades que acontecem. Essa tarde fui testemunha de uma que quero deixar registrada aqui. Passeando pela Beira-Mar, como é de hábito fazer quase todos os finais de tarde, eis que vejo uma viatura da AMC (Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania de Fortaleza), identificada como VT 006, placas HYC 0293, chefiada por um indivíduo que abanava o código de trânsito no rosto de uma senhora que levava seu filho pequeno. No interior do carro, outra criatura vestida em roupinha azul, empunhando bloco de multa, penalizava quem estava estacionado defronte aos restaurantes do final da orla. Em desacordo, primariamente, com o bom senso, e depois com a lei que dizem guardar, o carro da AMC estava arrogantemente parado em fila dupla. De dentro da viatura o bloco arrebentando os motoristas incautos.
Há que se normatizar o trânsito sim. Há que obedecer a lei sim, mas simplesmente multar não me parece a forma mais didática de ensinar, numa cidade, que, curiosamente, é governada por uma professora. Devia ser missão desses despreparados agentes de trânsito, orientar as pessoas, pedir de forma cortês para que retirassem dali seus automóveis, evitando assim a multa. Não, isso não acontece. Parecendo orientados a cumprir uma meta arrecadadora, as criaturinhas azuis agem rápido, e mesmo diante de apelações de alguns contemplados, sem dó, aplicam-lhes as multas. Implacáveis para exigir a lei, mas não para cumpri-la, dando mau exemplo e desfigurando o título da autarquia que servem, que fala em cidadania, os funcionários da AMC, pagos pelo contribuinte, prestam um desserviço a população fortalezense. No mesmo horário, uma Aldeota padecia pelo caos do trânsito e lá nenhuma das criaturas azuis estava para ajudar a fluir melhor as artérias daquele bairro. Não é interessante isso?
E vou mais longe. Se querem saber, estamos em plena campanha natalina da AMC, que tem o comovente título: “Natal de Paz E Solidariedade No Trânsito”. Não é um verdadeiro conto de Noel? Não parece um absurdo se querer educar assim?
Pois então, fica aqui a sugestão. Que a AMC não envergonhe a nossa cidade com esse tipo de conduta, que certamente não é cara do orgão e de seus colaboradores, muito menos a cara de nossa Fortaleza e sua boa e honrada gente.

Monday, 10 December 2007

Hoje na história: Direitos Humanos.

A Assembléia Geral das Nações Unidas aprovou em 10 de Dezembro de 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Sem um único voto contra, porém com abstenção do bloco de nações soviéticas, da África do Sul e Saudi Arábia, o documento foi elogiado como a carta Magna dos Direitos Fundamentais de milhões de homens, mulheres e crianças no mundo inteiro.
Entre os países que defenderam com maior vigor a declaração dos direitos do homem destacaram-se os latino-americanos, além da Grã-Bretanha e do Canadá, cujos delegados salientaram a transcendental importância que o dcoumento tem para a humanidade.


Apenas um garoto na praia.

"Eu não sei o que eu possa parecer para o mundo, mas para mim eu pareço ter sido apenas como um garoto brincando na praia e me divertindo de vez em quando, encontrando uma pedra arredondado ou uma concha mais bonita que as comuns, enquanto o grande oceano da verdade respousa desconhecido perante mim".
Issac Newton

Dá de ti.

Dá de ti! Dá de ti quando puderes,
O talento, a energia, o coração.
Dá de ti para os homens e as mulheres,
Como as árvoresdão e as fontes dão.
Não somente o sapato que nao queres,
Ou a capa que não usas no verão.
Darás tudo que fores e tiveres,
O talento, a energia, o coração.
Darás sem refletir, sem ser notado,
Dé de modo que ninguém diga obrigado,
Ou te deva dinheiro ou gratidão.
Pois senão com espanto notarás um dia,
Que vivestes fazendo economia,
De talento, energia e coração.

Giuseppe Ghiaronni



Sunday, 9 December 2007

Hoje na história: Clarice Lispector.

Em 9 de Dezembro de 1977, morria a poeta Clarice Lispector, escritora brasileira nascida na Ucrânia. De origem judia, emigrou com a família para o Brasil quando tinha um pouco mais de um ano de idade. Começou a escrever logo que aprendeu a ler, na cidade do Recife. Clarice falava vários idiomas, entre eles o francês e inglês. Cresceu ouvindo no âmbito domiciliar o idioma materno familiar, o iídiche.
Em 1944 publicou seu primeiro romance, "Perto do coração selvagem".
A literatura brasileira era nesta época dominada por uma tendência essencialmente regionalista, com personagens contando a difícil realidade social do país de então. Lispector surpreendeu a crítica com seu romance, com narrativa de caráter existencial, completamente inovadora, quer pelo estilo solto elíptico e fragmentário, que críticos reputaram reminiscente de James Joyce e Virginia Woolf, se bem que ainda mais revolucionário.
Em verdade, a obra de Clarice ultrapassou qualquer tentativa de classificação. A escritora e filósofa francesa Hélène Cixous vai ao ponto de dizer que há uma literatura brasileira A.C. (Antes da Clarice) e D.C. (Depois da Clarice).
Seu romance mais famoso talvez seja "A hora da estrela", o último publicado antes de sua morte. O livro narra a vida de Macabéa, uma nordestina criada no estado de Alagoas que migra para o Rio de Janeiro, e vai morar em uma pensão, tendo sua vida descrita por um escritor fictício chamado Rodrigo S.M.

Te cuida Praia do Futuro!

A Praia do Futuro é a praia de referência do turismo em Fortaleza, mas precisa ter mais atenção do poder público. O que hoje se vê é a instalação desordenada de barracas e comércios, muitas vezes ferindo a paisagem, além de já quase não se poder transitar por ali com a sua família. A falta de segurança é patente.
O que antes eram barracas sofisticadas, com um público qualificado e um serviço de primeira linha, transformaram-se rápidamente em estacionamento de caminhões e táxis, que em nada contribuem para o desenvolvimento da atividade turística em nossa cidade. Muito pelo contrário. Os taxistas levam e trazem muitas vezes, pessoas de conduta duvidosa e atividades pouco ortodoxas, além de disputarem importantes vagas de estacionamento defronte as barracas. Claro que há excessões, mas precisa de uma normatização mais rígida da Prefeitura que evite abusos.
Como se isso não bastasse, o lixo se acumula, os calçadões precisam de manutenção e sente-se a ausência absoluta de toda sorte de policiamento que dê apoio aquela área principalmente aos finais de semana. Seria pedir demais que pelo menos a Guarda Municipal ali estivesse? A noite então, nem pensar em passar por ali. Você entra, mas não sabe se sai vivo pra contar a história!

Saturday, 8 December 2007

Hoje na história: Fim da União Soviética.

A ditadura stalinista prendia e torturava seus opositores, mandando-os para trabalhos forçados na Sibéria, internando-os em hospitais psiquiátricos ou fuzilando-os. Além disso, mantinha rígida censura sobre os meios de comunicação. O modelo já nascera decadente, a gestão era a mais incompetente possível, a liberdade não existia, o país virou uma sucata. Daí para um efeito dominó que se iniciaria com a queda do nefando Muro de Berlim e terminaria com a derrocada definitiva da União Soviética foi questão de poucos anos.
Os problemas econômicos e institucionais acumulados levaram às reformas de Gorbatchev, denominadas Perestroika e Glasnost. No entanto, Mikhail Gorbatchev perdeu o controle do processo desencadeado e a URSS deixou de existir. Seu desaparecimento levou ao fim dos governos socialistas no Leste Europeu e à reunificação das duas Alemanhas. Em 8 de Dezembro de 1991, era dissolvida oficialmente a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. O mundo pode respirar com mais tranquilidade e a geopolítica sofreu profundas transformações.

O som ancestral.

Este é o mais recente álbum da multi-instrumentista canadense Loreena McKenitt. Intitula-se An Ancient Muse e traz um grande momento musical da compositora. O CD é lindo demais. Músicas com instrumentos resgatados do medievo, belas melodias e arranjos fenomenais, quase um trilha sonora. Precisa ser ouvido guardando-se a atmosfera que propõe. Sugiro que seja acompanhado de uma paisagem magnífica, um fim de tarde talvez, vinho tinto, olhos postos no horizonte e o pensamento livre, inteiramente liberto.

Friday, 7 December 2007

Hoje na história: Pearl Harbor.

Parecia uma manhã de domingo como outra qualquer. Um lindo dia ensolarado que se desfez ao soar o estrondo ensurdecedor das primeiras bombas despejadas as 07h53m (hora local) sobre a base naval norte-americana de Pearl Harbor, no mais covarde ataque, sem declaração de guerra, de que se tem notícia na história moderna. Desavisados, em pouco tempo instalava-se o caos e o fogo consumia grande parte da frota ali ancorada.
A 8 de Dezembro de 1941, o Congresso dos Estados Unidos, declarou guerra ao Japão. O Presidente Roosevelt, assinou a declaração, fazendo um emocionado discurso que entrou para os anais políticos do ocidente. O governo americano continuou e aumentou a intensidade da mobilização militar, iniciando uma economia de guerra no País, o que após o final do conflito acabou por transformar os Estados Unidos na grande potência mundial que é hoje.
O ataque danificou ou destruiu 11 navios, 188 aviões, matou 2.403 militares americanos e 68 civis. Contudo, os três porta-aviões da frota do Pacífico não se encontravam no porto, não tendo sido danificados, assim como os depósitos de combustível e outras instalações. Utilizando estes recursos a Marinha dos Estados Unidos foi capaz de, em seis meses, reconstruir a frota e entrar de forma consolidada no teatro de guerra do Pacífico.
O dia 7 de Dezembro de 1941 ficou então conhecido como "The Infamy Day", o Dia da Infâmia.

Praia tecnológica.

Japonês tem dinheiro e gosta de gastar. Prova disso é o Miyazaki Ocean Dome, o maior complexo de praia artificial coberta do mundo, que curiosamente está situado a algumas centenas de metros de uma praia real. Tem 300 metros de comprimento e 100 metros de largura. O teto é semelhante ao de estádios americanos e europeus, retrátil, sendo aberto em dias quentes e com sol e fechado em dias chuvosos e frios. Ventiladores de grande potência produzem a brisa característica de uma praia e a temperatura é mantida em torno 30ºC. A areia é formada de pequenas pedras de cascalho e a água permanece a aproximadamente 28ºC. A praia tem ondas de até 2 metros, mas o nível do “mar” não sobe e desce a cada 6 horas, como acontece em uma praia real devido a maré. E aí? Se a sua cidade não tem praia, fala com os japoneses e manda construir uma perto de você!

Thursday, 6 December 2007

Lincoln e Kennedy. Será tudo coincidência?

Uma série de fatos criam uma intrincada rede de coincidências nas histórias de dois Presidentes norte-americanos, Abraham Lincoln e John Kennedy. Veja só que interessante.
-Abraham Lincoln foi eleito para o Congresso em 1846.
-John F. Kennedy foi eleito para o Congresso em 1946.
-Abraham Lincoln foi eleito presidente em 1860.
-John F. Kennedy foi eleito presidente em 1960.
-Os nomes Lincoln e Kennedy têm sete letras.
-Ambos estavam comprometidos na defesa dos direitos civis.
-As esposas de ambos perderam filhos enquanto viviam na Casa Branca.
-Ambos os presidentes foram baleados numa sexta-feira.
-A secretária de Lincoln chamava-se Kennedy.
-A secretária de Kennedy chamava-se Lincoln.
-Ambos os presidentes foram assassinados por sulistas.
-Ambos os presidentes foram sucedidos por sulistas.
-Ambos os sucessores chamavam-se Johnson.
-Andrew Johnson, que sucedeu a Lincoln, nasceu em 1808.
-Lyndon Johnson, que sucedeu a Kennedy, nasceu em 1908.
-Andrew e Lyndon tem seis letras.
-John Wilkes Booth, que assassinou Lincoln, nasceu em 1838.
-Lee Harvey Oswald, que assassinou Kennedy, nasceu em 1938.
-Ambos os assassinos eram conhecidos pelos seus três nomes.
-Os nomes de ambos os assassinos têm quinze letras.
-Booth saiu correndo de um teatro e foi apanhado num depósito.
-Oswald saiu correndo de um depósito e foi apanhado num teatro.
-Booth e Oswald foram assassinados antes de seu julgamento.
-Uma semana antes de Lincoln ser morto ele estava em Monroe, Maryland.
-Uma semana antes de Kennedy ser morto ele estava com Monroe, Marilyn.
-Lincoln foi morto na sala Ford, do teatro Kennedy.
-Kennedy foi morto num carro Ford, modelo Lincoln.
-Ambos jogavam golfe tendo, inclusive, o mesmo handicap.
Será tudo isso coincidência, obra de puro acaso?

Hoje na história: Gerald Ford.

Em 6 de Dezembro de 1973, Gerald Ford, Jr. assumia a Presidência da República dos Estados Unidos da América. Foi o 38º Presidente americano e também o único a servir ao cargo sem ser eleito, quer para a Presidência, quer para a Vice-Presidência, pois Spiro Agnew, vice-presidente de Nixon, também havia renunciado junto a este, depois de comprovado seu envolvimento com negócios ilícitos.
É considerado um político honesto e ideologicamente moderado, que enfrentou inflação crescente e descrédito com o mundo político, promoveu os Direitos Humanos no âmbito do Conselho da Europa, o fim do regime branco na antiga Rodésia (atual Zimbabwe) e concluiu a saída dos Estados Unidos do Vietnã.
No programa Larry King Live, da CNN, de 27 de dezembro de 2006, foi divulgada gravação de entrevista de Gerald Ford a Bob Woodward, de julho de 2004, quando o ex-Presidente dos Estados Unidos criticou George W. Bush e Dick Cheney por invadirem o Iraque usando o argumento das armas de destruição em massa. Ford determinou que a divulgação da entrevista ocorresse após sua morte, que aconteceu em 26 de dezembro daquele ano. Bob Woodward publicou matéria jornalística sobre o assunto no jornal The Washington Post de 28 de dezembro de 2006, na reportagem intitulada Ford Disagreed With Bush About Invading Iraq, algo como "Ford discorda de Bush sobre a invasão do Iraque".

Brecht disse.

"Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada,
de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural,
nada deve parecer impossível de mudar".
E disse também:
"Alguns juízes são absolutamente incorruptíveis. Ninguém consegue induzi-los a fazer justiça".

Há que se temer.

Há que se temer o que cala. Há que se temer o que sorri entre os dentes. Há que se temer. Há que se temer o escárnio, a galhofa, a ironia. Há que se temer a mágoa, há que se temer a memória, há que se temer a vingança, há que se temer a inveja. Há que se temer o compasso daqueles que preparam o laço, em silêncio, lá adiante o cadafalso, um capuz a esconder o rosto do carrasco. Há que se temer.

Há que se temer o que se junta, o que conspira, o que pira com a idéia de mal fazer, de mal pensar, de mal amar. Há que se temer o que dorme com a serpente, o que quer fecundar seu ventre, fazer prole de lama, fel e dor. Há que se temer. Temer aquele que espia, aquele que copia, aquele que se esgueira, aquele que se esconde, aquele que se esquiva, aquele que oculta, aquele que a toda hora pede perdão. Há que se temer. Temer aquele que vasculha, aquele que investiga, aquele que pergunta, aquele que cochicha, aquele que tece a teia, que não tem sangue na veia. Há que se temer.

Há que se temer o que amigo se propaga, aquele que todo tempo afaga, aquele que apedreja à toa, aquele que chora, aquele que implora, aquele que se imola, aquele que a toda hora oferece de bom grado a sua mão. Há que se temer. Aquele que se ofende, aquele que se arrepende, aquele que sempre entende, que diz sim quando quer dizer não. Há que se temer.

Há que se temer o fraco, o que vacila, o que se curva, há que se temer aquele que não olha nos olhos. Há que se temer o que admira, o que elogia, o que se submete, o que faz mesuras, o que bajula, o que vagueia, o que orações entremeia, o que banaliza a fé, o que desconhece heresia, o falso moralista, aquele que julga, aquele que rotula, aquele que preconceitua, o que vive de joelhos no altar. Há que se temer.

Há que se temer o que colhe e não semeia. O que se encolhe, o que dissimula, o que mente, o que conversa em demasia, o que fantasia, o que abomina, o que bravateia, o que odeia, o que premedita, o que calcula. Há que se temer o hipócrita, aquele que tem ojeriza, aquele que engana, aquele que falseia, aquele que incendeia. Há que se temer o vaidoso, o convicto, o desleal, o arguto, o esperto, o fidelista, o fundamentalista, o sagaz, aquele que faz e diz que não faz. Há que se temer.

Wednesday, 5 December 2007

Hoje na história: Cruz Vermelha Brasileira.

Foi fundada em 5 de Dezembro de 1908 a Cruz Vermelha Brasileira na forma prevista nas Convenções de Genebra. Seu primeiro presidente foi o Dr. Oswaldo Cruz, médico, patrono da Saúde Pública no Brasil, responsável pelas principais campanhas sanitaristas do início do século XX no Rio de Janeiro. Atua com base nos princípios fundamentais da Cruz Vermelha Internacional.
Com incontestáveis e relevantes serviços prestados a sociedade brasileira se destaca a atuação da CVB durante a II Grande Guerra (1939/1945), a semelhança do que ocorrera na Primeira, quando houve novo impulso às atividades da Cruz Vermelha. Novamente a busca de paradeiro de parentes dos estrangeiros residentes no Brasil constituiu uma importante incumbência. Basta citar que, até meados de 1946, as mensagens recebidas atingiram a impressionante cifra de 72.527.
A calamidade pública, sob todas as formas, encontra-se sempre nas primeiras linhas de seu atendimento. Secas, enchentes e inundações, catástrofes e epidemias, onde quer que se fizer necessária a mão amiga do auxílio, do carinho e do conforto, Lá estão as incansáveis enfermeiras e socorristas, os desprendidos voluntários e o dedicado desvelo da Cruz Vermelha Brasileira.

Será a compaixão rosa?

Esta rosa chama-se Compassion, ou em português, Compaixão. Porque será?

Um dia difícil.

Hoje foi um dia particularmente difícil. Mais um. Abarrotado de compromissos, vários telefones tocando, gente passando, ruído de carros e caminhões debaixo de minha janela, o alarido das construções de prédios que desafiam a gravidade, o grande tumulto urbano do qual nem sempre conseguimos escapar.

Certo dia ouvi de um homem já calejado e que muito já viu dessa e de outras vidas, que “rico não é quem tem muito, mas quem precisa de pouco”. Esse difícil desprendimento, decerto deve ser a receita para longevidade que desfruta, em algum lugar recôndito desse imenso País. Mas como desprender-se? Esta é a pergunta que não quer calar.

Sacudidos que somos diariamente por uma mídia massacrante que distingue pessoas pelas posses e cria dia após dia gadgets que passam a ser cobiçados pelos incautos passageiros dessa agonia, o mundo transformou pessoas em senhas e desconstruiu todo o universo sensível que permeava as gerações passadas. Findaram-se as praças, as reuniões com os amigos, as conversas em família, os encontros descompromissados, a praia durante a semana, os passeios com os filhos. Hoje blindaram os carros e ficaram blindadas também as almas. Passamos por nossos semelhantes como quem passa por objetos inanimados, sem respiração ou cor. Sem sentir perfume ou enxergar. Sem tato ou paladar. Sem ouvir palavra. Blindamos os nossos sentidos. E assim passamos a não compreender a linguagem dos gestos, os acenos e mensagens cifradas em códigos fraternos.

Que fique claro que não há aqui nenhuma tentativa de fazer apologia a mediocridade, nem a hipocrisia de defender que os desejos e sonhos de consumo não tem participação preponderante nessa porção frágil de nosso espírito humano. Claro que queremos o melhor restaurante, a melhor roupa, o carro mais moderno, a casa mais confortável. Mas poderíamos querer e ter tudo isso, dedicando um pouco que fosse de espaço a quem está ao nosso lado, sem virar o rosto para aquele que pede, aquele que treme, aquele que chora. Bom seria se pudéssemos desfrutar de tudo o que conquistamos, sem estar acuado por uma violência gerada em nossos próprios corações, quando preferimos ignorar o vizinho, produzindo o adversário e a revanche. Era preferível que aproveitar o que a vida oferece, não significasse não ter compaixão, ou abandonar a própria sorte aqueles que têm menos chances.

Nada mais oportuno que pensemos nisso tudo no final do ano, quando temos a possibilidade de nos contagiar com as fitas vermelhas, as vítreas bolas coloridas, as árvores repletas de presentes e os sinos a dobrar pelo Natal. Afinal, só há festa, se pudermos sentir, dentro da gente, a alegria serena de quem cumpriu a sua missão.

Tuesday, 4 December 2007

Hoje na história: Papa Adriano IV.

Foi em 4 de Dezembro de 1154 que tomou posse do trono de São Pedro o único sumo pontífice inglês da história, o Papa Adriano IV. Seu nome era Nicholas Breakspear, nascido perto de Saint Albans, por volta do ano 1100. Tornou-se frade Agostiniano em St. Rufus, perto da cidade de Arles, França. Foi eleito seu prior e em 1137 foi escolhido por unanimidade para seu abade. Foi um abade detidamente reformista, o que motivou queixas contra ele enviadas a Roma. Ali chamado para se explicar, cativou com seu discurso o Papa Eugênio III (1145–1153), que o tornou cardeal-bispo de Albano.
De 1152 a 1154 Nicholas esteve na Escandinávia como delegado papal, dirigindo os interesses do novo arcebispo de Trondheim, e realizando as diligências que permitiram o reconhecimento de Gamla Uppsala (mais tarde transferido para Uppsala) como sede do metropolita sueco em 1164. No seu regresso Nicholas foi recebido em grande honra pelo Papa Anastácio IV (1153–1154), e após a morte deste foi eleito Papa.
Como pontífice, Adriano IV diligenciou a reposição da autoridade papal na cidade de Roma, dominada pelos partidários de Arnaldo de Brescia e da sua doutrina, que preconizava a mais pura pobreza clerical. Defendeu com todos os meios a primazia do papado sobre o império. Adriano IV governou até a sua morte em 1º de Setembro de 1159.

A árvore da eternidade.

No início, na Alemanha, onde apareceu pela primeira vez, as árvores de Natal eram pinheiros enfeitados com maçãs. Isso por volta do XVI Século. Era chamada àquela época de "Árvore de Cristo". Descrições de florescimentos de árvores no dia do nascimento de Nosso Senhor levaram os cristãos da antiga Europa a ornamentar suas casas com pinheiros no dia do Natal, única árvore que nas imensidões da neve permanece verde. Símbolo de perenidade, tornou-se tradição.
Com os imigrantes chegou aos Estados Unidos da América onde ganhou a dimensão e majestade que tem hoje. À partir do XX Século criou-se o costume de reunir a família para montar a árvore para a véspera de Natal. Debaixo são colocados os presentes, que representam as ofertas dos Reis Magos a Jesus quando ele nasceu. Assim fortalece-se uma história que ao longo dos séculos vêm cada vez mais se consolidando, traduzindo o sentido de eternidade dessa inigualável festa cristã.

Dia Mundial da Propaganda.

Em 4 de Dezembro se comemora o Dia Mundial da Propaganda. A data pode parecer insignificante para a maioria, mas para os mais esclarecidos, comemorar o dia da propaganda é festejar um agente de utilidade pública, que qualifica produtos e segmenta consumidores, protegendo com a atividade, um mercado sempre efervescente. A publicidade contribui para diferenciar aquilo que é bom, daquilo que é ruim. Parabéns a propaganda e principalmente aos que a fazem com paixão e de forma obstinada.
Na foto um anúncio da Anistia Internacional, extremamente oportuno, com a frase "The True Spirit Of The Olympics", o verdadeiro espírito olímpico, alusão aos Jogos de Beijing de 2008 e é claro, aos protestos do movimento pró-democracia na praça Tiananmen, em 1989, quando o governo chinês mandou sufocar as manifestações colocando tanques de guerra para reprimir estudantes desarmados.

Monday, 3 December 2007

Deu São Paulo outra vez!

Melhor goleiro. Craque da torcida. Craque do Brasileirão. O dono de todos esses prêmios atende pelo nome de Rogério Ceni, símbolo da nação tricolor paulista, orgulho do Brasil.

Hoje na história: Christian Barnard.

Em 03 de Dezembro de 1967, o cardiologista sul-africano, Christian Barnard realizava o primeiro transplante de coração da história.
Na década de 60 realizou várias experiências com cães, até que outro cirurgião, o americano Walter Shumway, anunciou sua intenção de fazer um transplante de coração humano. Barnard se adiantou e, em 3 de Dezembro de 1967, realizou a primeira operação do gênero. O paciente morreu em poucos dias, mas o do segundo transplante viveu 594 dias após a operação. Barnard ainda fez outros transplantes mas, com artrite reumatóide, foi obrigado a interromper a carreira.
Christian Barnard abriu assim o caminho para salvar milhares de vidas de pacientes cardíacos desde então, principalmente com o avanço das tecnologias médicas que têm se desenvolvido nos últimos anos.
Barnard morreu em Paphos, no Chipre, em 2 de Setembro de 2001, aos 79 anos de idade.

No!

Ha, ha, ha!...Ainda não foi dessa vez que o bobo bolivariano virou imperador! O povo venezuelano disse: No!

Safra profissional.

Esse é Roberto Rufino, sommelier, profissional especializado em vinhos, responsável pela compra, armazenamento e elaboração de carta de vinhos de restaurantes em todo o Brasil, inclusive premiado pela Revista Gula. Aqui ele está na Cantina Caravaggio, que recentemente foi escolhida por Veja como o melhor restaurante italiano de Fortaleza.
Cearense, natural de Cariré, Rufino tem uma trajetória que se confunde com a de muitos de nossos irmãos que vão para o sul, em busca de melhores oportunidades, com destaque para atividades ligadas a gastronomia. Roberto Rufino escolheu mergulhar no complexo e sutil universo dos vinhos, com suas gamas, castas, cores, espécies de uva, bouquets, safras, taças e um sem número de detalhes que fazem dessa bebida um símbolo de nobreza. Quase divina.
Simpático, elegante, um expert, Rufino é um dos personagens que enriquecem a noite desta cidade sem par chamada Fortaleza.

Sunday, 2 December 2007

Hoje na história: Anita Malfatti.

Em 02 de Dezembro de 1889 nascia em São Paulo, a pintora Anita Malfatti. Filha de mãe norte-americana e pai italiano, foi a primeira artista brasileira a aderir ao Modernismo, tendo sido uma das expositoras da mostra, realizada no Teatro Municipal de São Paulo, que fazia parte da Semana de Arte Moderna de 1922.
Ela era membro do Grupo dos Cinco, formado também por Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia e a pintora Tarsila do Amaral. Depois de 1922, seu lugar na história da arte brasileira foi, embora controverso, mais claramente entendido. Na década de 1960 era considerada uma das maiores figuras da arte brasileira e uma das mulheres mais influentes na América do Sul.