Friday, 16 November 2007

Chartreuse. Sabor e história.

Fui apresentado a essa maravilha pelos amigos Guto Freitas e Claudia Cysne, viajantes de sempre em busca de novos e antigos sabores. Palmilharam já o mundo descobrindo paladares, cores e lugares. Desta vez trago para os leitores desse blog a singularidade do licor Chartreuse que tem duas versões, o vert – de tom esmeralda – e o jaune – amarelo âmbar -, ambos de sabor indescritível.

Mas vamos saber um pouco mais, porque afinal, tudo nessa vida tem história e assim deve ser. A exemplo do vinho, o licor também teve origem pelas ordens religiosas, nos monastérios da França e da Espanha, onde a bebida Chartreuse continua sendo preparada. Em 1084 foi fundada por Saint Bruno a Ordem Monástica Chartreuse, em Fourvoirie, próxima de Saint Laurent du-Pont.
Em 1605, a Marechal d’Estrées entregou aos monges em Paris um manuscrito revelando a fórmula de um Elixir da Longa Vida que ele não conhecia a origem. Por esta época apenas os religiosos e boticários tinham conhecimento para trabalhar com as plantas. Da alquimia de preparo e uma mistura em misteriosas dosagens de 130 ervas e flores, nasceu essa pérola que leva o nome da região onde é produzido.
Em 1737, o Monastério de La Grand-Chartreuse, na região de Grenoble, decidiu fazer um estudo exaustivo sobre a receita. O boticário Hermano Jérôme Maubec se encarregou desta obra. Conseguiu então fixar definitivamente sua fórmula.

Em 1903 os monges são expulsos da França. Levam consigo os segredos do Chartreuse e implantam uma destilaria em Terragona (Espanha) para fabricação do licor. Somente em 1929, os monges recuperaram o uso da denominação Chartreuse refazendo a antiga destilaria de Fourvoirie construída em 1860, ao redor do Monastério de La Grand-Chartreuse. E acreditem, tem muito mais história ainda, mas contaremos em outra oportunidade.
Nas fotos você pode ver o rótulo do Chartreuse vert e os frades do monastério preparando essa “poção” mágica que encanta aos de bom gosto e fino trato.